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sábado, 30 de junho de 2012

A turma da Natalina

A turma da Natalina
Ilustração digital, por Paulo Galindro
Junho 2012


A Natalina, que é para mim A MELHOR EDUCADORA DO MUNDO (e sei que muitos pais cujos filhos passaram por ela sentem o mesmo), acabou este ano mais um ciclo de crianças, com quem estava desde os seus 3 anos. Sei que este é um momento difícil para ela, pois são muitos os laços que a ligam a estas crianças, e ela simplesmente ama incondicionalmente aquilo que faz. E os miúdos, que têm umas antenas hipersensíveis, sentem isso mais do que ninguém.

Sei que este é o grupo onde ela mais se aproximou de todos os objectivos a que se tinha proposto. Como sempre, foram incontáveis as horas que ela passou a conversar comigo, com um brilho-de-farol nos olhos, sobre todas todas as conquistas que, aos poucos, estes miúdos foram atingindo. E isso, acreditem meus amigos, é profundamente inspirador.

Os pais resolveram juntar-se e fazer-lhe várias surpresas, mostrado desse modo o quanto valorizam o trabalho dela com os seus filhos. Uma dessa surpresas foi um álbum de fotografias, que compila em jeito de scrapbook, os muitos momentos deliciosos que os miúdos passaram com a Natalina. Para a realização desse álbum pediram-me para fazer uma ilustração, coisa que fiz com um infinito prazer. Esta é a minha humilde contribuição para homenagear uma pessoa tão especial.

P.S.: Apesar de ter sido ilustrada por mim, a criatura que vêem na ilustração não é uma criação minha, infelizmente. Foi totalmente feita em pano pela Natalina no primeiro ano em que esteve com este grupo, como única base as ideias que os miúdos foram dando. Até o nome foi inventado por eles... chama-se xibú. No final, nasceu uma criatura que acompanhou todos os momentos da turma, e todos os fins de semana foi levado, à vez, para casa de cada um dos miúdos. Nada foi feito sem a presença deste amigo de pano. Existe até um diário para o qual todos contribuíram para relatar todas as experiências que o Xibú passou. Tem fotografias, desenhos, textos, colagens.... é absolutamente delicioso.

P.S.2: As experiência da Natalina como educadora é tão rica, que já várias vezes tentei convencê-la a criar um blogue onde as relatasse. Por isso mesmo, este desafio é dirigido a todas as educadoras-de-infância que amam aquilo que fazem, e também a todos aqueles que se interessam por estas coisas da educação, da pedagogia e do ensino... caso gostassem de ver um blogue da Educadora Natalina ganhar corpo, é favor deixar aqui uma palavra de estímulo. Juntos vamos conseguir convencê-la. Obrigado!

Punk Redux



João

Ricardo
Jorge
Marc


Francisco




No passado dia 27, quarta-feira, fomos à FNAC do Colombo para assistir ao malfadado jogo Portugal - Espanha, que infelizmente perdemos da forma mais injusta possível. Mas ver o jogo neste espaço foi só uma consequência, até porque prefiro ver este tipo de eventos em casa. Sempre podemos fazer figuras mais ridículas do que aquelas que nos são permitidas num espaço cheio de livros e discos a olharem para nós. A verdadeira razão foi o lançamento de mais um livro do Menino Triste - "Punk Redux" - da autoria do nosso grande amigo João Mascarenhas, por quem eu nutro uma grande admiração, tanto a nível pessoal como profissional. Trata-se de uma banda desenhada editada pela Qual Albatroz, que nos fala dos primórdios do movimento Punk, em Inglaterra. E digo-vos desde já que qualquer semelhança entre o personagem principal e o autor não é pura coincidência. Aliás, a única coisa que os separa é mesmo que um deles é contornado com uma linha preta. Tudo o resto é igual. Até mesmo a história é autobiográfica. Acreditem ou não, o João só não fez parte de uma banda chamada Siouxie and the Banshees por puro acaso. Mas para saberem os pormenores terão mesmo de ler o livro.

Tal como já tinha acontecido noutras paragens entre Damon Albarn and Jamie Hewlett (e que resultou nos Gorillaz), o lançamento do livro foi um casamento perfeito entre o universo de papel e o universo sonoro.  Inspirados pela temática do punk e do Do It Your Self, João Mascarenhas (voz), Ricardo e Jorge (guitarras), Marc (baixo) e Francisco (bateria) criaram os The Sad Boys (que nome perfeito para uma banda!), e em palco tocaram 4 covers de temas punk que se tornaram obras de culto:


PUNK – Gorillaz
Ça plane pour moi – Maeder (Plastic Bertrand)
Woo Hoo – The 5678’s
Should I Stay or Should I Go – Clash
PUNK – Gorillaz (encore)

O vídeo que apresento acima, é do encore, onde tocaram PUNK, dos gorillaz (bem a propósito).


Uma nota final... o Francisco e o Ricardo têm  apenas... 13 anos.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

É já hoje




Tal como já tinha dito aqui, o lançamento do livro "O Gatuno e o extraterrestre trombudo", escrito pela Maria João Lopes e ilustrado por mim, numa edição da Dinalivro, acontecerá já hoje, pelas 18 horas, na Gulbenkian. Foi uma das histórias premiadas com o Prémio Branquinho da Fonseca 2012, atribuído pela Gulbenkian e pelo semanário Expresso, na categoria Infantil. O outro prémio - na categoria Juvenil - foi atribuído à história "O caderno vermelho da rapariga karateca", da autoria de Ana Pessoa, e com ilustrações de Bernardo Carvalho. A edição é da editora Planeta Tangerina.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Blade Runner












Esta semana, mais precisamente no passado dia 25, "Blade Runner", de Ridley Scott, um dos grandes filmes da minha vida, faz exactamente 30 anos. Já o vi um sem número de vezes, e mesmo agora, com toda a parafernália digital e o horrível 3D - uma tecnologia que Hollywood se recusa a aceitar ser um fiasco - são raríssimos os filmes (e estou a ser muito generoso) que chegam ao patamar da visão futurista, do sentido de lugar, das questões metafísicas sobre o que nos define como seres humanos, dos cenários, da ambiência e do charme que emanam deste filme. A história foi adaptada de um livro de Philip K Dick, que tem o fabuloso título "Do Androids Dream of Electric Sheep", e a banda sonora, inesquecível, foi assinada por Vangelis Papathanassiou.

Fala-se actualmente da possibilidade de Ridley Scott  vir a realizar uma sequela deste portento cinematográfico...

Por favor, não o façam! Há coisas que são intocáveis.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Um livro recém-nascido







Acabou de nascer um novo livro. Um livro ilustrado por mim, sobre um texto de Maria João Lopes. Chama-se "O Gatuno e o extraterrestre trombudo" e ainda não era livro, e já  tinha ganho o Prémio Branquinho da Fonseca 2011, na categoria infantil, atribuído pelo Expresso e pela Gulbenkian.

E este é o momento do parto.

Toco-o... reviro-o nas minhas mãos. Gosto do toque da capa. É macio, muito macio. O miolo também.

Olho-o... Gosto das cores. Não são exactamente iguais às ilustrações originais, mas na verdade, isso nunca acontece. Calibrar as cores de um livro para impressão é uma nobre arte. A arte de desafinar todas as cores de uma forma harmoniosa, já que a afinação perfeita de uma cor implica um desvio enorme nas outras.

Oiço-o... ao folhear o seu interior, a páginas fazem um som que adoro ouvir. Os livros oferecem resistência ao momento em que são abertos pela primeira vez. Uma resistência muito subtil, é certo, mas ainda assim é um sinal de personalidade.

Cheiro-o... por mais que repita este gesto, o cheiro de um livro acabado de imprimir transporta-me para os primeiros anos da minha vida. Para mim, é como o cheiro de biscoitos acabados de fazer... Cheira a lar.

Quanto ao paladar, esse é o único sentido que será usado de uma forma indirecta, pois (ainda) nunca dei uma dentada num livro. Mas as palavras, a história, as estórias entrelinhas, essas serão degustadas muitas vezes, com prazer gourmet.  Por mim. E espero que por vocês. E nem vai precisar de tempero.

E no final desta experiência. Bem, no final - para além da alegria que lhe é inerente - fica uma pontinha de tristeza. E acima de tudo, um enorme vazio.

O lançamento é já para a semana, 28 de Junho, na Gulbenkian.





quarta-feira, 13 de junho de 2012

Vem aí um novo livro!

Capa

Contracapa



"O Gatuno já não sabe o que há de fazer. A sua pacata vida de gato ficou de repente ameaçada pela chegada de um ser muito estranho, todo verde, com rodinhas e uma tromba enorme através da qual respira, cheira e come! Mas a ele não o enganam, não. Aquilo é de certeza um extraterrestre, um alien igualzinho aos que aparecem na televisão. Esta criatura do outro mundo quer de certeza apoderar-se do seu território, especialmente a marquise lá de casa, e ganhar o afeto dos donos, tudo para que ele, pobre gato, passe para segundo plano. Mas o Gatuno não vai em cantigas e fará o que puder para enfrentar o inimigo e para que tudo volte a ser como dantes."

Pois é, pois é. Muito de fininho, como só os felinos sabem fazer, vem aí um novo livro ilustrado por mim. Chama-se "O Gato Gatuno e Extraterrestre Trombudo", foi escrito pela jornalista Maria João Lopes, e é editado pela editora Dinalivro. A história venceu o Prémio Branquinho da Fonseca 2011, atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian e pelo jornal Expresso, na categoria "Obras de literatura para a infância", e que visa incentivar o aparecimento de novos escritores de literatura infantil e juvenil. O lançamento será já no próximo dia 28 de Junho, na Gulbenkian, numa cerimónia conjunta com a outra história premiada, na categoria "Obras de literatura para a juventude", que se chama "O caderno vermelho da rapariga Karateca" e foi escrito pela Ana Ferreira Pessoa.

Maria Keil (1914 - 2012)






Poderia estar aqui a noite inteira a falar desta GRANDE senhora, que não conseguiria sequer tocar ao de leve a importância que ela teve e tem no mundo das artes plásticas. Por isso mesmo, resigno-me às minhas limitações linguísticas e poéticas, e nem sequer tentarei.

Obrigado por nos teres agraciado com a intensidade da tua presença e da tua obra, durante tanto tempo.


Descansa em paz.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Quanto pesa uma nuvem?

"Pai, como é que as nuvens se enchem de gotinhas?"
Técnica mista sobre MDF
por Paulo Galindro, em Junho de 2007

Quem me segue regularmente sabe que entre muitas outras coisas, sou imensamente fascinado por nuvens. Quando pinto um céu fico em pulgas para que as nuances de azul sequem e me permitam pintar espalhar alguns brancos. Porque um céu sem umas boas nuvens brancas e gordas não é a mesma coisa. O meu fascínio por elas é tão grande que são raras as ilustrações e os murais que já pintei que não as tenham. O nosso atelier cá em casa, por exemplo, é um imenso céu cyan salpicado com um monte de nuvens aqui e ali. É que ironicamente, estas coisas fofas, imensas e monumentais, a flutuar com a maior das levezas sobre a nossas cabeças distraídas dão uma certa humanidade ao céu, pois permite-nos ter pontos de referência, mesmo que de uma forma inconsciente. E quando temos pontos de referência até o infinito fica um pouco mais finito e aconchega-se aos nossos sentidos. Não sei se serei só eu a viver esta ironia, mas de facto sinto que as nuvens, mesmo as mais titânicas, me oferecem o céu numa bandeja. E por isso mesmo, desde que me lembro que sempre me perguntei "Quanto pesará uma nuvem?". Investiguei, escarafunchei, folheei, li, googlei, e nada... absolutamente nenhuma referência a esta questão. Pois bem, hoje, enquanto arrumava o quarto dos meus filhos, que mais parecia uma cidade feita de livros fustigada por um qualquer bombardeamento massivo (cada vez mais tenho a certeza que os livros cá de casa, tal como as tupperwares, têm uma vida sexual activa... procriam como se fossem porquinhos-da-índia) e dei de caras com um sugestivo título: "Mais respostas às perguntas que nunca te fizeste", escrito por Philippe Nessmann, ilustrado por Nathalie Choux e editado pela editora Faktoria de Livros. Nem sei como é que este livro apareceu cá em casa! Provavelmente por geração espontânea. Como sou curioso como um gato (e todos sabem o que acaba por acontecer ao gato), abri o livro e a primeira pergunta das tais que é suposto eu nunca ter feito, é exactamente esta:

"Quanto pesa uma nuvem?"... bingooooo!!!!!!

Ora aqui vai a tão almejada resposta:

"A massa de uma nuvem depende, como é óbvio, do seu tamanho. Comecemos por uma pequena: Capturamos um bocado de nuvem, metemo-lo num balde, e observamo-lo. Em princípio reparamos que é formado por centenas, inclusivamente milhares de finas gotinhas de água em suspensão. Juntando todas estas gotinhas obteríamos um dedal de água, que pesaria 2 ou 3 gramas. O resto é ar. Numa nuvem, o ar constitui portanto, o essencial da massa: o conteúdo da nossa nuvem de um metro cúbico pesa cerca de um quilo, quinhentas vezes mais que a massa de água! Deixemos agora a nossa pequena nuvem e dediquemo-nos a uma nuvem média de um quilómetro de comprimento por um de largura e um de altura: é constituída por mais de um milhão de toneladas de ar e cerca de 2000 ou 3000 toneladas de água. Como faz esta água para flutuar no ar? Graças ao princípio de Arquimedes: da mesma forma que um petroleiro gigante de 500 000 toneladas flutua sobre o oceano, por a suam massa estar distribuída numa nuvem enorme. Se as gotinhas chegarem a crescer demasiado, tornar-se-iam pesadas e cairiam sob a forma de chuva."

É por estas e por outras que amo os livros. Ponto final.

sábado, 2 de junho de 2012

E os vencedores são:




Tchan Tchan Tchan Tchaaaaaaaan!

Pois... vão ter mesmo de ver o filme. E este filme foi das coisas mais loucas que adorei fazer nos últimos tempos, ainda por cima com a participação do meu filho caçula.

Parabéns aos vencedores... assim que puderem por favor enviem-me as vossas moradas, para que eu possa enviar os livros, devidamente autografados.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Dia Mundial da Criança

Pormenor da 1ª ilustração do livro "A locomotiva"
de Julian Tuwin, ilustrado por mim e editado pela editora
"Qual Albatroz"

Este é um daqueles dias de que gostaria muito mais se não fosse tão necessário. Mas é, e cada vez mais. Por isso, um feliz Dia Mundial da Criança para todos vocês... o que são crianças e os que "ainda" são crianças.