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segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Natal


Se nos abstrairmos dos presentes comprados a metro, dos milhões de luzes que não nos deixam ver as estrelas, do subsídio de Natal que já desapareceu sem sabermos como, das peúgas com raquetes, dos centros comerciais repletos de zombies ávidos de consumismo, dos caixotes do lixo apinhados de desperdício desnecessário, de embalagens gigantescas que contém objectos minúsculos, do colesterol, dos atropelos alimentares que nos obrigam a 364 dias de dieta (apesar de nos esquecermos disso na primeira vista a uma pastelaria), dos acidentes na estrada, dos agentes da Polícia de Trânsito que não passam o Natal com a família para que os acidentes na estrada não aconteçam, do Pai Natal inventado pela Coca-Cola, dos 50.000.000 de anúncios de brinquedos que passam durante 1 hora de emissão televisiva, de todas as pessoas que não tem Natal nem nada que mesmo tenuamente se assemelhe...


o que fica são os presentes escolhidos na perfeição por alguém que nos conhece muito bem, os milhões de luzes que tornam as ruas tão bonitas, o subsídio de Natal, as peúgas quentinhas e giras que alguém nos oferece, os centros comerciais que permitem que alguém como eu compre presentes às 18:30 do dia 24 de Dezembro, os caixotes do lixo com todo o lixo devidamente separado (uma prova de que todos nós nos preocupamos cada vez mais com a nossa bolinha azul), os presentes cuja dimensão das embalagens - com conta peso e medida - revelam empresas preocupadas com o ambiente, as comidinhas caseiras e os doces que nos aquecem a alma, os carros cuja utilização responsável nos permitem deslocarmo-nos facilmente para a casa daqueles que amamos, os acidentes que nunca chegarão a acontecer revelando portugueses que cada vez mais sabem conduzir, o Pai Natal fofo e bonacheirão inventado pela Cocal-Cola, o sorriso e o brilho nos olhos das crianças quando descobrem que o Pai Natal lhe oferecer o tão desejado brinquedo, as pessoas e associações de coração gigante que dão noites de Natal condignas a quem nem casa tem...

Um grande beijinho da família Pintarriscos: Paulo, Natalina, João, Miguel e a Ruth


A todos os Católicos, Cristãos, Muçulmanos, Agnósticos, Ateus, Islâmicos, Budistas, Cientologistas, Testemunhas de Jeová, Hare Krishnas, Panteístas, Maçonarias... a todo o planeta e arredores, um BOM NATAL!
Nota Final: A todas as ideologias, religiões e crenças que não me referi... perdoem-me mas tenho um delicioso bacalhau assado à minha espera na mesa.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Os primeiros passos!


Ah, pois é! Aos 13 meses o Miguel decidiu dar um novo enquadramento à sua vida, e de forma literal. Após vários ensaios falhados que puseram à prova o ditado "À criança e ao borracho põe Deus a mão por baixo" e ainda a capacidade amortecedora de uma fralda cheia de xixi ou de outras substâncias mais consistentes e menos identificáveis, o miguel ergueu-se finalmente do chão pelos seus próprios meios, deixando definitivamente para trás as formas de locomoção mais reptílianas. Passo ante passo, com os braços desajeitadamente abertos, e lá vai ele com um imenso sorriso na sua boca ainda pobre em dentes, mas riquíssima em luz.


Sê bem vindo à 3ª Dimensão, meu filhote!


Por Paulo Galindro

Duendes


Todos os natais repetimos de forma escrupulosa o ritual do calendário do advento. Assim, a cada dia do mês de Dezembro, introduzimos na pequena saqueta uma prendinha de um duende. Pode ser um rebuçado, um bombom, ou qualquer outra coisa doce que a nossa imaginação se lembre no momento.
Hoje depois o jantar, o João, levanta-se da mesa e disse:
- Bem, vou até ao calendário para ver se eles já lá puseram alguma coisinha!"
- Eles quem? perguntei eu antevendo um momento delicioso.
- Paaai! - disse o pequeno joão com as mãos na cintura e um brilho nos olhos - Aiai! Então não sabes pai?... Os duendes!!!


Apesar de muitos defenderem o fim deste tipo de fantasias, não posso deixar de pensar o quanto o mundo poderia ser um lugar melhor se conseguíssemos manter a capacidade de sonhar de uma criança que ainda acredita no Pai Natal.
Eu me confesso:
Quando era pequeno, acreditava de forma quase religiosa no Pai Natal!
Quando me tornei um pouco maior - 5 anos, mais precisamente - descobri TODA A VERDADE!
Hoje, aos 37 anos, acredito verdadeiramente no Pai Natal, não o da Coca-Cola, mas o que vive dentro do meu coração! E tento a todo o custo que, no meio de tanta febre consumista, luzes a piscar e pais natais de plástico a subir varandas (aaaarrrrrrrrggghhhhhhh!!!!!! mais não por favor!) , o meu Pai Natal se mantenha nos ceús do meu espírito todos os dias do ano, e ainda que os seu guizos não me deixem dormir o sono entorpecedor da indiferença e do conformismo.

Por Paulo Galindro

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O Kelly Slater que se cuide!


Um dia, quem sabe não teremos um novo mito do Surf. O João (sim, o João, esse mesmo!) experimentou pela primeira vez a sensação mística de caminhar sobre as águas. A fotografia não é recente, mas atesta um momento único em que, após diversas manobras diplomáticas e muitos negócios de bastidores, ele lá se convenceu.
Hoje numa pocinha na praia de carcavelos, amanhã nas ondas gigantes de tehauppo.

Um dia, quem sabe?

Paulo Galindro

domingo, 30 de setembro de 2007

Ilustrarte 2007

Foi com estas três ilustrações que participei na Ilustrarte 2007 - Bienal Internacional de Ilustração para a Infância. A participação neste importante evento bateu novamente todos os recordes, com um total de 1360 candidaturas vindas de 60 países.
Para a execução destas ilustrações inspirei-me em algumas das muitas perguntas que o meu filho João me foi fazendo ao longo dos últimos 6 anos.

Obrigadão filhote, por seres o meu muso inspirador!

"Pai, as casas altas chegam às nuvens?", Técnica mista sobre MDF, por Paulo Galindro em Junho de 2007

"Pai, como é que as nuvens se enchem de gotinhas?", Técnica mista sobre MDF, por Paulo Galindro em Junho de 2007

"Pai, de onde vem a música?", Técnica mista sobre MDF, por Paulo Galindro em Junho de 2007

P.S.: Todas as crianças têm perguntas sábias e extremamente profundas que quase sempre nos desarmam por completo. Se porventura quiser transformar alguns desses momentos em ilustrações, pode contactar-nos através dos números 962046712/3.

Por Paulo Galindro

domingo, 23 de setembro de 2007

Uma ilustração para "Simplesmente Maria"

Recentemente, a Natalina foi convidada por uns grandes amigos nossos, para ilustrar o convite de baptizado da sua filhota, a quem chamarei "Simplesmente Maria". Com esta ilustração, "Simplesmente Maria" ficou a ganhar 8 amigos novos de uma só vez, os quais, para uma melhor leitura, são descritos na legenda abaixo:

Legenda
0. Branca de Neve (ah pois é!The Star itself!)
1. Dengoso
2. Feliz
3. Zangado
4. Mestre
5. Soneca
6. Dunga
7. Atchim

PS: 1 abraço do tamanho do infinito e mais além, para os pais de "Simplesmente Maria" pelo milagre!

"Branca de Neve e os 7 Anões" Técnica Mista sobre MDF, por Natalina Cóias, em Agosto de 2007

"Paninhos Quentes e Papeis à Solta" Parte II


Ainda a propósito da exposição da natalina "Paninhos Quentes e Papeis à Solta", e mais concretamente do post que fiz no dia 20.9.2007. Gostaria de mostrar aqui uma colagem que fiz para o cartaz da referida exposição, utilizando para o efeito uma ilustração da autoria da Natalina.

Por Paulo Galindro

2 ilustrações para a História de Portugal

Em Maio deste ano, fui convidado a participar num concurso limitado a três participantes, para escolher o ilustrador que iria executar uma série de ilustrações para um conhecido semanário, sobre a temática "A história de Portugal".
D. Afonso Henriques e Salgueiro Maia foram as personalidades escolhidas para estas duas primeiras ilustrações. Esta foi a minha constribuição:

"D. Afonso Henriques", Técnica mista sobre papel

"Salgueiro Maia", Técnica mista sobre papel

Como é óbvio, aproveitei esta oportunidade para experimentar algumas novas direcções para o meu trabalho...

Por Paulo Galindro


quinta-feira, 20 de setembro de 2007

"Paninhos Quentes e Papeis à Solta"

No ESCA - Espaço de Saúde da Criança e do Adolescente, encontra-se a decorrer desde Julho - e até Novembro deste ano - uma exposição da Natalina com o sugestivo titulo "Paninhos Quentes e Papeis à Solta".

A receptividade tem sido muito boa, e até já vendeu algumas das ilustrações.

Trata-se de um espaço muito interessante já que reúne um conjunto multidisciplinar de várias áreas clínicas. Se forem visitar a exposição, aproveitem e levem os vossos filhotes... os pediatras são mesmo muito bons.

Por Paulo Galindro

O Rio

A pedido de uma mãe que quis prestar uma homenagem ao seu filho. Trata-se de uma interpretação livre de uma tema de Marisa Monte com o mesmo título, retirada do álbum “Infinito Particular”:

Ouve o barulho do rio, meu filho
Deixa esse som te embalar
As folhas que caem no rio, meu filho
Terminam nas águas do mar

Quando amanhã por acaso faltar
Uma alegria no seu coração
Lembra do som dessas águas de lá
Faz desse rio a sua oração

Lembra, meu filho, passou, passará
Essa certeza, a ciência nos dá
Que vai chover quando o sol se cansar
Para que flores não faltem
Para que flores não faltem jamais

Técnica mista sobre MDF, por Paulo Galindro, em Março de 2007

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

2 Ilustrações para 1 quarto

Recentemente fomos convidados a criar duas ilustrações para um quarto de um menino que, na altura, ainda não tinha nascido. Trabalhámos em sintonia com a arquitecta responsável por toda a reformulação dos interiores desta habitação.
Cada um de nós dedicou-se a uma das ilustrações, o que resultou num diálogo muito interessante entre duas abordagens e estéticas totalmente diferentes...

Enquanto a minha abordagem se centrou no mundo dos sonhos, através de uma Técnica mista sobre MDF:



... a abordagem da Natalina inspirou-se no sentimento de maternidade, nos mesmos materiais

Por Paulo Galindro

Verde Paixão


Uma verdadeira história de amor entre uma caracoleta e um duende... esta relação nunca poderá andar depressa demais!
Esta Ilustração surgiu a partir de um convite para participar numa exposição de ilustração infantil integrada no evento "Palavras Andarilhas 2007", em Beja.

Técnica mista sobre cartão de embalagem, por Paulo Galindro, em Setembro de 2007

Fada F'lina


E para marcar da melhor forma esta reentré, nada como mostrar um dos nossos projectos mais recentes... a ilustração do ambiente de um quarto de uma menina com 15 meses , em Alcoitão. O mundo dos Gatos e Fadas foram os estímulos iniciais, aparentemente desligados entre sí.
MDF, acrílico, pastel, pregos e parafusos, muita poesia e 7 watts de electricidade ajudaram a fundir o melhor dois mundos. Desta alquimia vimos nascer a Fada F'lina, uma linda fada que é uma gata, no verdadeiro sentido da palavra.

Lá longe, muito longe
na estrela mais brilhante do firmamento,
fica a casa da Fada F’lina
que voa mais rápido que o pensamento.

Se uma noite, antes de te deitares
as estrelas estiveres a contemplar,
pode ser que vejas um cometa de cauda e bigode
ou uma estrela cadente - laranja ardente - os céus atravessar.

Não se trata de uma visão
de quem com muito sono se vai deitar.
O que estás a vislumbrar é a Fada F’lina
que os teus sonhos veio embalar.

por Paulo Galindro

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Fraldas & Blogues

Pois é caros amigos! Já passou muito tempo desde a nosso último voo neste blog, mais precisamente cerca de 10 meses (como o tempo passa!). Não foi falta de vontade nem de inspiração, e muito menos de estímulos. Trata-se apenas de uma simples incompatibilidade entre fraldas e blogs... um facto agravado pelo enorme caudal de trabalho que nos últimos tempos temos tido. É exactamente esse trabalho que aos poucos iremos mostrar aqui, procurando que, dentro de pouco tempo, o nosso blog esteja a evoluir em tempo real.