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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Biblioteca Municipal de Carnaxide: Passo-a-Passo 24

Sitting quietly, doing nothing, spring comes, and the grass grows by itself
Proverbio Zen
Dia#16

Hoje fui de novo jardineiro. Apesar de gostar muito de verde, confesso que, tal como os amarelos e os brancos, é uma das cores que menos gosto de trabalhar. São cores muitas vezes pouco opacas e que obrigam a várias demãos, o que na maior parte das vezes tira frescura e espontaneidade ao desenho. E no entanto, adoro pintar grandes superfícies relvadas. Talvez seja a vibração cromática destes espaços, talvez seja do aparente caos, ou talvez seja apenas minha veia impressionista.
Comecei por pintar uma segunda demão de verde base em toda a área (a primeira demão dei no dia#14), com pinceladas vigorosas e plenas de tinta espessa. Uma das minhas técnicas é aplicar expressão e riqueza textural à pintura logo de início, através da direccionalidade das pinceladas (neste caso ascensional como a relva), das texturas produzidas pelas camadas de tinta pouco diluída e da subtileza dos milhares de finas linhas que os pêlos do pincel criam na superfície pintada (é por esta razão que gosto muito de pincéis velhos e secos). Aplico este principio em todas a fases de execução das minhas ilustrações, o que me obriga a ter logo de início profundas certezas quanto à natureza textural daquilo que estou a representar.
Ainda com esta camada de verde bastante húmida, apliquei pinceladas de verde bastante escuro, impressas com movimentos amplos e energéticos. O mesmo principio foi aplicado às alta-luzes, mas com verde amarelado. Mais tarde, com um pincel muito fino e com forma de leque, defini com mais rigor cada uma destas áreas.
O segredo está em não nos focalizarmos a nossa atenção num elemento apenas, mas no todo. Perde-se em rigor o que se ganha em impressão visual.

Conduzida pelo grande Herbert karajan, a deusa Maria Callas interpretou para mim a ópera romântica e trágica de Giacomo Puccini "Madama Butterfly", que tal como "Turandot" - do mesmo compositor - é uma das minhas óperas preferidas.

Paulo Galindro



3 comentários:

  1. Tens razão,o verde é uma cor difícil mais ao mesmo tempo é muito luzido , gosto de como te ficou pintada a erva. Cumprimentos e apertas

    (Tes razón,o verde é unha cor difícil máis asemade é moi lucido , gosto de como che quedou pintada a herba. Saúdos e apertas)

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  2. Obrigado An, pela tua fidelidade a este blog. Tens sido incansável em marcar presença. Se bem percebi também está a pintar uma parede. Onde é que posso ver fotografias?

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  3. Por enquanto em ningures (não sei como se diz ningures em português, em castelhano é ningun sítio), tenho que pedir uma câmara de fotos para tirar-lhe alguma, ou se não poupar e comprar eu uma, de todos modos a ver se logo subo alguma a RuAn.Não esperes uma marvilha coma o teu. Cumprimentos e graças a ti pelas tuas visitas.

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Muito obrigado pelo seu comentário.