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domingo, 24 de janeiro de 2010
Casa das Histórias
Hoje decidimos arejar (eu e o Biguel tebos estado em casa dos últibos dias, ele com uba otite e eu com uba constipação que be bandou para a caba da quinta-feira) fomos visitar a Casa das Histórias de Paula Rego, em Cascais. Confesso que fiquei muito surpreendido com as peças expostas, mais do que poderia alguma vez imaginar ao vê-las em pequena escala em catálogos e livros da especialidade. A minha relação com Paula rego sempre foi de amor / ódio. Senhora de uma técnica magistral (especialmente no pastel) e de uma criatividade sem limites, muitos seus quadros remetem-me para paisagens de horror, pesadelo e trauma. Mas ao vivo, muito deste desconforto algo preconceituoso dissipou-se, não só pela grandiosidade das peças, mas também pelo uso de cores e de contrastes (em tudo diferentes daquilo que normalmente vislumbramos nas reproduções a pequena escala) e pela expressão dos materiais e das técnicas utilizadas.
O edifício de Eduardo Souto de Moura é lindíssimo, e o diálogo que estabelece com a envolvente é uma enorme e constante surpresa, como se pode observar no jogo de sombras vivas e em mutação constante que as árvores oferecem ao tom terra das suas paredes cegas (continuo a ver por ali a brincar o espírito de Luis Bárragan).
Os miúdos brincaram com este teatro de sombras expontâneo, e correram que nem uns desalmados no relvado.
Agora sou eu que digo um desenho não faria esta atmosfera misteriosa!
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