Em lembrança do que sofrem as mulheres como nós, dissera ela. De como suportamos silenciosamente tudo o que nos cai em cima.»
Hoje acabei de ler um dos livros mais pungentes que já cruzou a minha vida. Falo de "Mil Sóis Resplandecentes" de Khaled Hosseini, autor do também fabuloso "O Menino de Cabul".
Parafraseando a sinopse, "(...) Tendo como pano de fundo as convulsões sociopolíticas que abalaram o Afeganistão nas última 3 décadas, conhecemos Mariam e Laila, dias mulheres que à partida nada têm a uni-las. De gerações e condições sociais distintas, os seus destinos encontrar-se-ão irremediavelmente entrelaçados quando a guerra e a morte as obrigam a partilhar um marido comum. A partir desse momento, apenas a amizade e a coragem lhes permitirão lutar pela sua felicidade e pelo seu lugar num mundo impiedoso, onde só a sobrevivência está em causa".
Brutal e violento de uma forma quase insuportável, mas a transbordar de sensibilidade, beleza e humanidade por todos os poros, este livro transporta-nos para o lugar mais sombrio da natureza humana, sensibilizando-nos para uma realidade que nem nos nossos piores pesadelos podemos sequer conceber. Uma realidade que, ironicamente só a nobreza do espírito humano pode ajudar a suportar.
Alerta-nos também para o fanatismo e a intolerância e as ideias pré-feitas que vamos construindo aos poucos de algumas culturas - no caso particular a islâmica - motivadas por uma política propagandística de alguns países, com interesses mais ou menos obscuros.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Muito obrigado pelo seu comentário.