Este é o meu momento favorito.
Como um parto. O momento em que, pela primeira vez, vejo o Livro que ao longo de semanas apenas existiu dentro da minha cabeça sob a forma de infinitos impulsos eléctricos e químicos. E quando uso aqui o verbo Existir não o faço metaforicamente. Na minha cabeça, o livro sempre teve cheiro, toque, som, peso, corpo. Assim, posso afirmar que o meu grau de prazer em ver pela primeira vez um livro acabado é tanto maior quanto este se aproxima da minha versão mental. E neste caso, posso dizer que os livros se aproximaram como nunca das minhas tempestades cerebrais. Não digo totalmente porque a perfeição não existe, e ainda bem, pois essa pequena imperfeição é o que nos faz querer ser melhores.
Mas, de facto, estes livros-objecto estão mesmo muito próximos dos meus livros-sonho...
Porque os textos da autoria de Maria Inês de Almeida, simples, directos e acima de tudo amplos nas interpretações, provocaram em mim uma cascata de imagens e de emoções impossível de controlar.
Porque me dediquei de corpo, alma e coração em traduzir essas imagens em ilustrações, numa linguagem que pretendi tão universal quanto possível. E como amei fazê-lo!
Porque pela primeira vez pude ser o responsável total pela paginação, o que me permitiu ter liberdade para perseguir os meus livro-sonho.
Porque pela primeira pude controlar in loco na gráfica - juntamente com o Guilherme da editora Booksmile e com o meu agente da Booktailors, Paulo Ferreira - o resultado final da impressão a horas proibitivas (e para eles ainda mais, pois ainda ficaram lá até às 3 da manhã).
E acima de tudo, porque um livro é tanto melhor, quanto melhor funcionar o triângulo Autor + Ilustrador + Editora. E aqui, devo dizer que funcionou na perfeição. Desde o primeiro momento, quando tudo ainda parecia distante, até aos inúmeros encontros de ideias que tivemos pelo meio, e terminado na infinita paciência que todos tiveram para com os meus atrasos na entrega das ilustrações, resultado da vida dupla e surreal que levo.
Agora chegou a hora destes dois livros saírem lá para fora, para o mundo real. Deixarão de ser meus e da Maria Inês de Almeida, e passarão a ser de quem deles se enamorar, de quem se deliciar a decifrar os seus signos, de quem com eles adormecer e sonhar. E esse momento mágico acontecerá na Feira do Livro, no dia 14 de Maio pelas 16 horas, na Praça Verde.
Apareçam... são os nossos convidados de honra. Afinal, tudo isto foi feito especialmente para vocês.
Nota Final: Não obstante do lançamento oficial acima referido, os livros estarão disponíveis nas livrarias no dia 12 de Maio.
Concordo contigo em que é uma delícia abrir a caixa e ver os livros pela primeira vez rematados, ainda que não concordo que seja como um parto, quando nasceu minha filha foi um momento mais que formoso, sofri vendo o que passava a minha dona e chorei (choramos) o podê-la apertar pela primeira vez em nove meses...não tem comparação. Pelo demais concordo. Por certo o ver a coberta do primeiro livro, desbloqueou-se uma ilustração que tinha atoada (atascada? não sei como se diz em português, desculpa) na cabeça, obrigado. Parabéns pelos livros. Apertas
ResponderEliminarEstou completamente enamorada. Muito gostaria de, um dia, ver uma das minhas histórias ilustradas por Paulo Galindro. Continuação de bom trabalho.
ResponderEliminarAna Paula Oliveira
MUITOS PARABÉNS por estes 2 novos bebés!
ResponderEliminarAdoro a paixão com que fala dos seus desenhos e isso é tão inspirador.
Domingo lá estarei para o lançamento. Quero muito ler e ver as novas histórias.
E, como sabe, também um dia gostava de poder provar desse sonho que é ver um livro publicado.
Obrigada pela inspiração.
Obrigado a todos. E Rita, o lançamento não é no Domingo... é no Sábado seguinte. Mas pode aparecer no Domingo porque vou lá estar a dar autógrafos do Cuquedo e da Poupa Poupada. Beijinhos
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