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domingo, 4 de dezembro de 2011

Os diários de Varsóvia III



Algumas fotografias do dia anterior, que por lapso não integraram o último post:
O Bairro judeu, que os nazis converteram num gueto, onde as condições de vida
se degradaram a um nível sub-humano.


Um pátio do Gueto

No 3º dia de manhã aproveitámos para passear novamente pela zona antiga da cidade, e para nos deixarmos perder por zonas que ainda não tínhamos visitado. Quando visito uma cidade, gosto de me munir de uma planta da mesma. Contudo, confesso que muitas das vezes, especialmente nos dias seguintes, gosto de abandonar o mapa no fundo de um bolso e deixar-me ir ao sabor da intuição. Perdem-se os típicos lugares turísticos, ganha-se na descoberta de lugares verdadeiros onde verdadeira vida decorre alheia à nossa presença. Em Roma, sê romano!









O meu lado gótico deixou-se hipnotizar por este belíssimo
portal de uma igreja de Jesuítas.







De pedra, ou de carne e osso?

Os eléctricos são lindíssimos. Com um design tipicamente russo,
sente-se que foram construídos  para durar.



2 edifícios, com 60 anos de diferença. Descubram as diferenças.


A Sylviane Rigolet foi uma companhia adorável.


Tal como os eléctricos, os autocarros têm uma estética russa muito vintage.



Nesse dia de manhã não nos podemos afastar muito, pois logo a seguir ao almoço estava marcada a minha palestra, a ter lugar novamente no Atelier Foksal. Tal como já tinha ensaiado no 4º Encontro Nacional de Ilustradores em São João da Madeira, a minha palestra teve como título "Tabus & Histórias de Amor". Com a duração aproximada de 1.15 h, tive a oportunidade de falar dos meus livros "Sabes que também podes ralhar com os teus pais?" e "Sabes onde é que os teus pais se conheceram?", ambos escritos pela jornalista Maria Inês de Almeida e editados pela editora Booksmile, e ainda de algumas ilustrações que tocaram de alguma forma o Tabu.
Uma vez mais, os meus maiores receios quanto à distância linguística revelaram-se infundados, pois a Dorota foi incansável no seu papel de interprete. Curiosamente, a reacção de quem assistiu à apresentação do 1º dos livros acima referido foi totalmente normal. Julgo que nem sequer entenderam porque razão o tema foi de certo modo mal recebido em Portugal, como de facto foi, tal como pude assistir em primeira mão. Em todas as vezes que apresentei o livro publicamente houve sempre quem o considerasse um Manual de Subversão Infantil extremamente perigoso, por colocar o poder e autoridade paternal em causa, não obstante eu salvaguardar sempre o princípio construtivo subjacente, e ainda o facto de que eu próprio me revejo enquanto pai em muitas das situações retratadas. Houve mesmo um embargo - temporário mas ainda assim não deixou de ser um embargo - de uma conhecida livraria. Enfim.



Eu, e a Dorota

A Teresa Starzeg, co-fundadora do Atelier Foksal que se revelou
uma pessoa tão colorida e marcante como as suas roupas.




A Teresa Starzeg e o Andrzej Bielawski, fundadores do
Atelier Foksal e artistas plásticos de renome na Polónia.

Senti uma empatia tão grande com a ambiência e o espírito que se vive no Atelier Foksal, que confesso que me sinto tentado a aceitar o convite de Teresa e Andrzej para ir viver uns meses para Varsóvia, no âmbito das residências criativas proporcionadas pelo próprio atelier, ainda para mais com a intensa degradação do nível de qualidade de vida que se prevê nos próximos tempos para o nosso país. A ver vamos.

O resto do dia e a manhã do dia seguinte - o voo estava marcado para a tarde de 2ª feira - foram dedicadas exclusivamente à boémia, com muito chocolate quente, vodka, comida e compras de livros à mistura.
O chocolate é uma das masiores tentações do polacos. Esta é a
chocolateria de culto de Varsóvia. E garanto-vos que beber chocolate quente numa
cidade fria como Varsóvia é uma experiência única



Marley e eu.
Tenho de deixar crescer o cabelo para fazer umas rastas.


Do widzenia do następnego razu. Mamy już wiele wspomnień.

1 comentário:

  1. Viajar, agora mesmo é inpensável para nós. Adoro viajar. Ainda bem que ainda me fica a rede para poder desfrutar das viagens dos demais. Aguardo que de certo também as desfrutáreis.

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Muito obrigado pelo seu comentário.