Num momento em que o nosso país se sente triste, sabe tão bem ver esta tradição doce e colorida, tão antiga por estas bandas.
Este fim-de-semana fomos passar a Páscoa à Terrugem, terra ancestral do meu clã e do clã da Natalina, para assistir uma vez mais a uma tradição que considero lindíssima: as Aleluias.
Na noite da véspera de Domingo, as ruas enchem-se com uma imensa multidão que espera avidamente a chegada da meia-noite, enquanto fazem um barulho imenso com chocalhos. Não se trata de de uma manifestação anti ou pro qualquer coisa... também não se largam bois em debandada - loucos por espetar um corno afiado em sítios impróprios alguém - nem sequer se lançam tomates ou qualquer outro fruto (e não é que o tomate é mesmo um fruto e não legume, como muitos de nós pensamos) . Trata-se apenas de... rebuçados.
Isso mesmo... leram bem!
Rebuçados. São lançados milhares de rebuçados em vários pontos da aldeia, para uma multidão de crianças, e de adultos que por momentos se tornam novamente crianças.
Nas Aleluias não há brigas, não há feridos (tirando alguns dos rebuçados que me atingiram em cheio na careca, mas quem se pode queixar de tamanho milagre), nem sequer o mais pequeno desentendimento. Apenas uma imensa festa onde todos se divertem no meio de uma confusão surreal, digna de um filme de Emir Kusturica.
E os miúdos... bem, nem há palavras para descrever o brilho dos seus olhos, que é de puro êxtase.
Juntos, apanhámos quase 2 kg de rebuçados.
Agora para os mais atentos... ora descubram lá onde é que andamos nós!
1 comentário:
como aqui no dia de reis. Encántame colher nesse dia as larpeiradas, ainda que depois ficam em casa para divertimento das crianças os que gorentan-Tenho que ouvir mais português, cóstame um pouco entender bem, mas só um pouco.
Pasadeo ben.
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