A cultura celta, que era em muitos aspectos um matriarcado, celebrava o equinócio da Primavera de muitas formas. Um desses rituais consistia num grupo seleccionado de virgens vestidas de branco a correr por uma colina abaixo como se não houvesse amanhã, perseguidas por uma multidão de "pobres" homens vestidos de alce, cujo principal objectivo era correr que nem uns desalmados para apanhar uma eleita e ganhar o direito a procriar com ela.
Também eu quero celebrar a Primavera, a Vida e acima de tudo tatuar um momento muito importante na minha vida. Mas o meu ritual será um pouco menos rebuscado que o dos nossos irmãos celtas, cujo lado agradável e recreacional nem me atrevo a duvidar. Por isso mesmo amanhã vou voltar novamente ao meu elemento... O ar. E o melhor de tudo... Vou com amigos.
4200 metros de altitude, 50 segundos em queda livre, 200 km / hora e uma overdose maciça de paz interior, adrenalina pura e felicidade plena, tudo em quantidades irónica e milimétricamente iguais.
No momento em que estiver à porta do avião e olhar cá para baixo, sei que vou entrar num estado zen inabalável. Mas neste preciso momento, se pudesse tirar um fotografia ao interior do meu estômago, esta seria decerto a imagem captada... Um debandada de animais a fugir que nem uns loucos do Cuquedo, numa loja de cristais da Boémia.
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