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domingo, 25 de março de 2012

Enter the void


Da esquerda para a direita: Maria João, Leonor, Ricardo, João e eu.


"- O pai vai chegar inteiro? Vai partir alguma coisa? Vai para o Hospital?"
perguntou a Maria à Natalina várias vezes, genuinamente preocupada


O Miguel aproveitou o salto do pai, para tentar seduzir a Maria.
Mas tudo o que conseguiu foi partilhar um momento para estudar formigas

As nuvens carregadas de chuva tornaram este salto numa experiência alucinante
Dentro de uma nuvem...
... e momento em que saímos dela.

João Carlos Lages, em pleno voo. Algumas centenas de metros abaixo,
em pleno mar de nuvens, estou eu
Ricardo Tavares, num voo acrobático sem avião.
Leonor, já são e salva com o páraquedas aberto,
mas ainda com um longo caminho a descer.

Ontem voltei a mergulhar no vazio... ou melhor, num oceano de nuvens carregadas de chuva e com uma temperatura exterior de aproximadamente 25º negativos. Não vou perder muito tempo a escrever sobre uma experiência que foi única e inesquecível, e por isso mesmo indescritível através de palavras. Não há outra forma. Tem de se experimentar, ponto final.


Saltei com mais quatro pessoas e à excepção de mim, todas elas fizeram o baptismo de voo:
O João Carlos Lages é um grande amigo com quem me cruzei há um ano no Facebook, e que só ontem pude conhecer em carne e osso. É uma alma gémea, sinto que o conheço desde sempre, e por isso mesmo posso afirmar que não havia forma melhor de nos conhecermos alive and kicking do que a voar.
Curiosamente, o Ricardo Tavares, também o conheci a voar. Foi o piloto que me pôs a dar cambalhotas, piruetas e outras maluquices tais no céu de Santa Cruz, e ainda me passou os comandos do avião para a mão, o que foi para mim um sonho tornado realidade. É uma pessoa por quem senti uma imensa afinidade desde o primeiro momento e com que partilho um sem número de paixões em comum. O universo não falha nestas coisas.
Quanto aos restantes companheiros de voo, foram a Maria João e a Leonor, que não conhecia pessoalmente, mas que no final do salto ficámos irremediavelmente ligados, porque uma experiência desta liga sempre as pessoas que a partilham... e muito.

Para finalizar, faço minhas as palavras do João Carlos Lages, que é um mestre dessa sublime arte de desenhar, que é escrever:

"4800 metros, desses, 3000 metros em queda livre... indescritível! não é preciso ter coragem, não mete medo e não faz mal. É preciso ser-se louco qb, ter as pazes feitas com o tempo, e querer que a nossa Existência que é uma tangente seja sentida e verdadeira. Viver é um privilégio. Bem haja Paulo Galindro e aos meus colegas e amigos de salto pela experiência do acordar"



1 comentário:

  1. Parabéns. De seguro é uma experiência incrível. quanta valentia a sua

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Muito obrigado pelo seu comentário.