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segunda-feira, 27 de abril de 2009
Finalmente vou revelar!
sexta-feira, 24 de abril de 2009
A curiosidade matou o gato!
Paulo Galindro
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Sabedoria Zen 2: Mas afinal quem sou eu?
"Um dia Chuang Tzu Adormeceu e sonhou que era uma borboleta a esvoaçar alegremente. E essa borboleta não sabia que era Chuang Tzu a sonhar. Então Chuang Tzu acordou e voltou a ser ele próprio, mas agora já não sabia se era um homem a sonhar que era uma borboleta ou uma borboleta a sonhar que era um homem."
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Letras no céu
Gosto muito do trabalho de Lisa Rienermann, e muito especialmente deste trabalho de pesquisa para encontrar letras na interrelação entre o céu e a paisagem urbana.
Paulo Galindro
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Dar a cara!
O universo dos blogues e afins é deveras contraditório. Se por um lado um blogue é um diário de cariz mais ou menos íntimo - onde até mesmo os posts mais inócuos e aparentemente inofensivos revelam muito sobre a pessoa que os cria - por outro lado é uma forma de comunicação extremamente impessoal, fisicamente ausente e anónima. O ecrã constitui muitas das vezes uma barreira opaca que separa os intervenientes - emissor e receptor - alienando-os de questões
tão simples, mas não menos importantes, como por exemplo "- Mas afinal como é que é a pessoa cujo blogue estou neste momento a visitar?".
Para que possa dar o meu contributo para uma maior humanização da internet e deste meu lar virtual, e inspirado pelo blogue de Wishes&Heroes - que fez exactamente o mesmo - decidi dar o corpo ao manifesto e colocar aqui a minha fotografia, que será também aquela que figurará no catálogo do 2º Encontro Nacional de Ilustração, a acontecer em São João da Madeira, e do qual já aqui falei.
E para que o ciclo se complete:
"Olá! Sou o Paulo Galindro, e são todos bens vindos ao blogue da Pintarriscos! Façam o favor de estar à vontade, como se estivessem no vosso blogue!"
Post Scriptum: Para o caso de não ser óbvio, dos dois personagens que aparecem na fotografia, eu sou aquele que não tem as asas à vista!
Paulo Galindro
domingo, 19 de abril de 2009
O verdadeiro Cuquedo
Ontem, durante o lançamento do livro "Hoje não quero dormir" na Livraria Histórias com Bicho, os nosso queridos amigos Mafalda Milhões, Pedro Maia e Matilde fizeram-nos uma enorme surpresa. Ofereceram-nos um presente em forma de cubo. Rasgado o papel de embrulho, uma caixa de cartão esburacada e lá dentro... bem! Lá dentro estava um lindíssimo porquinho-da-índia branco e creme, previamente baptizado de Cuquedo. Como podem ver é muito mais assustador que o seu homónimo da história. Escusado será dizer que hoje foi uma festa cá em casa, com o João e o Miguel a lutarem entre sí para ver quem lhe pegava primeiro, e nós no meio a impedir que eles transformassem a pobre criatura - que ainda é bébé - numa bola anti-stress com dois anos de uso por um corretor da Bolsa de Valores de Wall Street .
Comprámos uma gaiola para o rapazito, alguns adereços e comida. Fizemos ainda uma casa em lego, num belo exercício de arquitectura minimal e modular.
Graças a uma simpática empregada de uma loja de animais, tivemos um mini-curso de Porquinhos-da-índia onde ficámos a saber coisas tão importantes como o facto de eles serem completamente loucos por salsa, não absorverem a vitamina C, adorarem feno e que podem crescer até aos 25 cm e pesar 1,2 kg. Na net, e como já me tinha óbviamente apercebido, estes simpáticos bicharocos nem são suínos (claro!) nem são da Índia (!?!?!), mas sim do Peru (!?!?!?). O melhor é verem aqui.
O joão está completamente siderado. Desde que a Ruth se transmutou numa estrela que ele desejava ter um destes animais de estimação. Confesso que estava muito apreensivo. mas a sua felicidade quebrou todas as barreiras. E a responsabilidade vai-lhe fazer bem.
Paulo Galindro
Lançamento do livro "Hoje não quero dormir" 2
Conforme o planeado, ontem foi o lançamento do primeiro livro ilustrado pela Natalina, "Hoje não quero dormir". Foi uma tarde muito aconchegante, na companhia de montes de amigos de longa data, mas também de muitas pessoas interessantíssimas que acorreram à livraria para assistir ao evento, e que tivemos o privilégio de conhecer. A livraria estava cheia, e na altura da história (mea culpa! não a filmei!) - narrada pelo autor Alexandre Honrado e ilustrada in loco pelos originais da Natalina - posso mesmo afirmar sem qualquer exagero que o chão não se via, pois estava totalmente forrado por um tapete de crianças e "crescidos". Uma palavra de admiração para o autor, com quem simpatizámos muito. O breve resumo que fez à sua paixão pela escrita e pelos livros foi absolutamente memorável. Tenho mesmo pena de não ter gravado, já que regou de forma inesquecível e permanente a minha paixão pela melhor invenção de todos os tempos... esse amontoado de papel aparado e encadernado chamado Livro, repleto de maravilhosas criaturas chamadas Letras. Um muito obrigado Alexandre, foi uma honra conhecê-lo.
Quanto a ti, minha querida Natalina, palavras para quê!... foste simplesmente um pequeno sol radioso num dia muito cinzento e chuvoso.Estiveste tão feliz que simplesmente banhaste de luz todos os que iluminaste. Como tão bem disse o meu eterno herói Carl Sagan "Na vastidão do espaço e na imensidade do tempo, é uma alegria para mim partilhar um planeta e uma época (...)" contigo. Amo-te!
Paulo Galindro
sábado, 18 de abril de 2009
Lançamento do livro "Hoje não quero dormir"
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Surf
“ (…) – Explica-te.
– Não é uma coisa que se possa traduzir em palavras. A verdadeira resposta é algo que está para lá de todas elas.
- Aí tens – replica Sada – Exactamente. Se não conseguimos exprimir uma coisa através de palavras, o melhor é nem sequer tentar.
- Nem sequer connosco próprios?
- Acho que sim – diz Sada – Acho que o melhor é nem sequer tentar explicá-la, nem a nós próprios.
Oferece-me uma pastilha elástica com sabor a mentol. Aceito uma e começo a mastigar.
- Alguma vez fizeste surfe? – pergunta ele.
- Não.
- Quando tiveres tempo ensino-te – diz ele – Quer dizer, isto se estiveres interessado em aprender. Há umas ondas porreiras ao longo da costa de Kochi, e a praia não está cheia de surfistas. O surfe é um género de desporto mais profundo do que parece. Quando fazes surfe aprendes a não lutar contra as forças da natureza, por mais violentas que sejam e mesmo que se virem contra ti.
Tira um cigarro do bolso da T-shirt, põem-no na boca e acende-o com o isqueiro do carro.
- Essa é outra coisa que as palavras não conseguem explicar. Uma daquelas coisas que não consegues responder com um simples «sim» ou «não». – Semicerra os olhos, até se reduzirem a duas fendas, e sopra o fumo pela janela. – No Havai – prossegue –, existe um local chamada o Toilet Bowl [Sanita em inglês (N. da T.)]. Aí é possível encontrar ondas gigantescas porque é nesse ponto que as marés se encontram e chocam umas contra as outras. As águas formam uma espécie de turbilhão, como acontece quando puxas o autoclismo. Se fores apanhado no meio desse turbilhão, és arrastado para debaixo de água e torna-se difícil vires à superfície. E não tens outro remédio senão ficar ali, debaixo de água. Não te serve de nada debateres-te nem desatares a dar aos braços. Pelo contrário. Tens é de reunir toda a tua energia. Nunca tiveste tanto medo em toda a tua vida. Mas, se não o conseguires ultrapassar, nunca será um verdadeiro surfista. Tens de encarar a morte de frente, saber qual o aspecto dela, ates de conseguires vencer o teu medo. Quando estás lá no fundo, apanhado no meio do vórtice, começas a pensar em todas as coisas possíveis e imagináveis. Em última instância, é como se fizesses amizade com a morte e, por assim dizer, tivesses uma conversa franca com ela.(…)”
Haruki Murakami in "Kafka à beira - mar"
Paulo Galindro
terça-feira, 14 de abril de 2009
Sabedoria Zen
"- Mestre, como faço para me tornar um sábio?
- Boas escolhas.
- Mas como fazer boas escolhas?
- Experiência – diz o mestre.
- E como adquirir experiência, mestre?
- Más escolhas."
Paulo Galindro
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Olhar nos olhos: António Galindro
"Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovakloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: - Ajuda-me a olhar!”
sábado, 11 de abril de 2009
Um deslize meu!
Recentemente comprei um brinquedo novo, que já há muito tempo que andava a namorar: um skate longboard. Tem 1,20m de comprimento e já me deu muitos momentos de puro prazer a deslizar. São momentos muito Zen, mesmo correndo o risco de me espalhar ao comprido no asfalto. Desliza que se farta, e a sensação é muito similar ao surf. Quanto ao video que apresento neste post, a sua má qualidade de imagem deve-se à velocidade que atinjo, que é cerca de 130 km/h(1).
Paulo Galindro
(1) É só uma mentirinha. Só atingi a velocidade de 112 km/h. A máquina fotográfica é que está um pouco disfuncional.
Art Attack
Paulo Galindro
sábado, 4 de abril de 2009
Olhar nos olhos: Natalina Cóias
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o Outono
A terceira é o grave Inverno
Em quarto lugar o Verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da Primavera para que continues me olhando."
Pablo Neruda
Paulo Galindro
quinta-feira, 2 de abril de 2009
A mulher mais bela do mundo
Era uma vez uma menina que se chamava Olguita.
Olguita estava sentada à porta de uma casa, lavada em lágrimas. Ela chorava, chorava, chorava…
A dada altura, as pessoas que passavam pararam e perguntaram-lhe: -“Porque choras, menina?”
Ela respondeu-lhes: -“Porque perdi a minha mãe.”
E as pessoas da aldeia insistiram: -“Mas como se chama a tua mãe?”
- “Chama-se mãe!”, respondeu-lhes.
- “Mas, onde é que ela vive? Onde é que tu vives?”, tornaram elas.
-“Eu vivo na minha casa!”.
Subitamente, uma mulher de avental apareceu do outro lado da rua. Era uma mulher muito, muito gorda, de cara redonda e anafada, com uns olhos que brilhavam de alegria.Logo que viu a filha, correu para junto dela e exclamou: -“Minha filhinha, minha pequena Olguita!” E a menina saltou para o colo da mulher, abraçou-a e, virando-se para as pessoas da aldeia, disse: -“Vêem, esta é a minha mãe, a mulher mais bela do mundo!”
Há uns meses fui convidado para participar no 2º Encontro Nacional de Ilustração, que irá acontecer nos dias 14 a 16 de Maio, em São João da madeira. No seguimento do 1º Encontro Nacional de Ilustração no feminino, que reuniu em 2008 um total de 34 ilustradoras, o evento incidirá este ano apenas em ilustradores do sexo masculino, mantendo no entanto o mesmo texto a ilustrar, i.e., "A mulher mais bela do mundo", acima transcrito. Uma opção muito interessante, já que para além de proporcionar um vasto leque de abordagens sobre um mesmo estímulo, permitirá ainda observar a forma como as sensibilidades masculina e feminina intervêm num mesmo texto, que curiosamente incide sobre a maternidade.