terça-feira, 13 de dezembro de 2011

25 ilustrações para o Hospital Amadora - Sintra VI

"Um lugar lá em cima, no topo do mundo"
por Paulo Galindro
Acrílico, lápis-de-cor, lápis-de-cera, pastel e canetas "Posca"
sobre MDF de 3mm, 1.00 x 1.00 m
Novembro 2011
"Vou para a minha casa"
Por Natalina Cóias
Acrílico, Lápis-de-cera, pastel e canetas "posca"
sobre MDF de 3 mm, 1.22 x 1.22 metros
Dezembro 2011




"Naquela noite, olhei para cima... Céus... as estrelas. Nunca tinha visto tantas. O céu resplandecia de estrelas.
O meu pai explicou-me.
Precisamos do verdadeiro escuro, para ver as estrelas. Na cidade há demasiada iluminação nas ruas e coisas assim. Mas quando as coisas estão realmente escuras, o mais escuro que podem estar, vê-se muito mais. Tantas coisas maravilhosas, velho filho.
Por vezes, as coisas vão ficar mais escuras para ti do que ficarão para o resto das pessoas. Mas tens de encarar esses momentos como algo especial, porque te estão a mostrar coisas. É uma maneira de olhar o mundo, que mais ninguém nunca entenderá. É uma benção, não uma maldição. Entendes? Faz algum sentido para ti, meu filho?" 
Heartless
Um filme de Philip Ridley


Mais duas ilustrações para o Hospital Amadora - Sintra.
Quanto à minha ilustração, tem algo de biográfico (como todas as ilustrações que faço). Confesso que não me importava nada de, neste momento, passar uns tempos num sítio como este, bem quietinho, a ouvir toda a discografia de Sigur Rós e Brian Eno, enquanto relia o "Tao Te Ching", de Lao Tzu tantas vezes quantas as necessárias para perceber na íntegra este poema fabuloso.
Mas, na verdade, o que esta ilustração fala não é de escapismo, mas sim de perseverança, esperança e força de vontade e de todos os obstáculos que por este caminho são vencidos, mesmo aqueles que parecem intransponíveis, como a mais alta montanha do mundo. E quando lá chegamos acima, podemos sempre lançar uns aviões de papel cá para baixo, com textos de Fernando Pessoa.

Quanto à ilustração da Natalina, lembra aos pais dos pequeninos seres humanos que tiveram pressa para ver este mundo maluco - e que ainda vivem dentro das incubadoras - que com esperança, toque, palavras carinhosas e a perseverança dos super-heróis de bata que ali vivem, mais depressa do que pensam vão estar em casa.

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