Como me faltam as palavras, tomarei a liberdade de usar as do Pedro Abrunhosa:
"Pareceu-te um dia bom para nos deixares, Bernardo. O sol apetecia e as fotos, que tanto amavas, chamavam-te para a beira da falésia. Como viveste, também foi no precipício que derradeiramente te apeteceram os imensos dons com que brilhaste. Há vinte e cinco anos que te conhecia e nunca julguei dizer-te Adeus sem ser no final de um dos muitos concertos feitos juntos. Trocámos notas, riso, pensamentos, vitórias e fracassos. Sempre te achei um pequeno génio escondido num corpo grande e numa bondade estonteante. Diferente de tudo, de todos, da Música que eras por dentro, foste Diferente ao nos deixares tão sós, tão perto do medo, tão frágeis. Diferente foste ao partir tão cedo, Bernardo. Esperar-te-ei sempre, a romperes pela porta do estúdio, a ocupares com as tuas imensas mãos o piano que nunca soou tão bem, a inundares de Vida e ruptura este mundo que tanto necessitava agora de ti. Descansa enfim, meu Amigo. Há pianos onde estás, tenho a certeza."
Pedro Abrunhosa
Descansa em Paz... a mesma que sinto quando oiço a tua música.
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