O Cuquedo foi ao Jardim Zoológico

Mais vale tarde do que nunca... a entrevista que eu e a Clara Cunha demos ao programa "Ler +, Ler Melhor", sobre o Cuquedo, e que foi transmitida no passado dia 28 de Agosto.


Ler +, Ler Melhor (II) de 28 Ago 2013 - RTP Play - RTP

3 anos e um monte de pêlo no chão

Hoje a Skye faz 3 anos. De acordo com as tabelas de conversão, deve ter o equivalente a uns 28 anos humanos. Mas só de acordo com essas tabelas, porque em termos de doidice, não é muito diferente de quando tinha 3 meses e media uns meros centímetros, e tinha este aspecto.

Mas acima de tudo... é uma amiga do caraças. Mais inseparável que uma sombra.

Na verdade, já nem me lembro como é que é viver numa casa sem pêlos no chão. Sem o barulho das unhas dela no chão. Sem a sua omnipresença aconchegante e silenciosa. Sem a molas da roupa roídas. Sem os sons que faz quando sonha. Sem a imagem dela na varanda à espera que eu saia do autocarro quando venho do trabalho. Sem as muitas centenas de quilómetros que já corremos juntos. Sem a lambidelas nos dedos dos pés e no nariz quando adormecemos no sofá. Sem os passeios nocturnos e a luzinha que usa nas costas. Sem as aspiradelas que ela faz ao chão sempre que jantamos e das quais nem uma partícula de comida que ali caia se escapa. Sem as fungadelas quando está zangada. Sem a companhia que me faz quando vou fazer surf, ao ponto de até já ter ido ter comigo lá longe no mar, enquanto eu esperava a próxima onda. Sem as sessões de "SKYEte" no paredão de Oeiras onde eu e o meu skate somos puxados por ela até velocidades proibidas pelo Código de Estrada. Sem aqueles momentos em que chegamos a casa e nos apercebemos que ela fez alguma traquinice pela forma como se cola ao chão e vai fugindo para baixo da mesa. Sem os valentes cagaços que já nos pregou em termos de saúde, e as noites mal dormidas de preocupação. Sem a loucura quando os putos puxam por ela e a casa mais parece saída de um filme surreal de Fellini. Sem as idas à sucapa ao lixo.

Sem os dias em que já me perguntei onde é que estava com a cabeça para voltar a ter um cão.

E acima de tudo, sem os dias em que percebi exactamente onde estava com a minha cabeça e o meu coração quando decidi voltar a ter um cão, o enrolei numa toalha, e fiz uma surpresa aos miúdos, que tinham acabado de sair da escola.

"É um mano?!?!?!?"... perguntaram desconcertados na altura, quando viram o vulto escondido.




Sim, João e Miguel... de certo modo foi um mano... ou melhor... uma mana!

Corte e Costura II

"Os amigos de costura"
por Natalina Cóias
Técnica Mista sobre cartão canelado
Agosto de 2013

"Oliv(i)a"
por Natalina Cóias
Técnica Mista sobre cartão canelado
Agosto de 2013

Estas são as duas ilustrações que a Natalina Cóias concebeu para o 6º Encontro Nacional de Ilustração, que irá decorrer nos próximos dias 15 a 19 de Outubro, em São João da Madeira.
Como já tinha referido no post anterior, o tema deste ano é a Oliva, a famosa marca de máquinas de costura.


Quanto às ilustrações, palavras para quê? São maravilhosamente mágicas tácteis e desconcertantes, como só a catraia sabe fazer. Não sei como é que ela consegue, mas pressinto que seja por ser educadora-de-infância, e ser particularmente sensível aos "bombardeamentos" diários e permanentes de Realismo Mágico, do qual as crianças são fonte inesgotável. Podem-me acusar de ter uma opinião parcial, mas objectivamente falando, pondo de parte os laços afectivos que nos unem, o trabalho da Natalina é, na minha humilde opinião, absolutamente fabuloso e único. Do melhor que anda por aí.

Infelizmente, ela não acredita em mim. Nem nela própria. 


(Céus!!! Como é que é possível?!?!?!?!!?!?!?!... se concordarem comigo, é favor bombardear-lhe a caixa do correio com mails a dizer-lhe isso mesmo. Sejam melgas, muito melgas!)