quarta-feira, 20 de junho de 2018

Tempo... sempre a falta de tempo



Esse é um dos problemas dos tempos modernos... Quem nos dera que fosse só este. Há outros bem mais graves, mas a falta de tempo é de facto sintomático da alienação que vivemos hoje em dia.

Mindemptiness em vez de mindfulness.

Entre tantas e tantas coisas a exigir cada vez mais a nossa atenção, são poucas aquelas que realmente valem o precioso tempo que lhes dedicamos. As redes sociais são um exemplo disso. Têm a sua utilidade, é certo. Desempenham em muitos aspectos um papel importante. Mas o ruído e a cacofonia são tão grandes e intensos que é cada vez mais difícil separar o trigo do joio. E, como se não bastasse, ainda temos de despender uma enorme energia para nos protegermos da manipulação a que essas redes sociais são sujeitas, de formas mais ou menos gritantes, mais ou menos transparentes, tudo em prole de uma nova Ordem Mundial que está a ascender a olhos vistos, pese serem poucos aqueles que se apercebem verdadeiramente disso.

Basicamente, de uma forma desmaquilhada e sem dourar a pílula, perdemos um tempo imenso nas redes sociais a mostrar o quanto as nossas vidas ou aquilo que fazemos é interessante, e por isso não temos tempo para tornar as nossas vidas e aquilo que fazemos realmente interessante. E é por isso que cada vez mais vivemos vivas a fingir. Uma interminável peça de teatro.

Este blogue sempre foi para mim muitíssimo mais importante que qualquer rede social. Comparar essas duas dimensões seria como comparar o restaurante El Bulli com o MdDonalds. E, contudo, passo mais tempo nas redes sociais do que aqui, neste meu espaço virtual tão especial.

Como poderão ver, o meu último post data de 8 de Dezembro, aquando do lançamento da 2ª edição de "O Cuquedo e um Amor que mete Medo". E tanta, tanta coisa já aconteceu depois disso. Coisas que fui postando nas redes sociais, mas não aqui. Mea culpa.

Parte desta minha contradição assenta do facto de obter mais interactividade nas redes sociais do que aqui. Nas redes sociais, especialmente na minha página oficial do Facebook, assim que coloco um qualquer post, recebo um feedback imediato de quem me segue. Nesse processo, sei imediatamente que não falo para o boneco, sei o que as pessoas pensam sobre aquilo que ali estou a mostrar, e até percepciono o que posso melhorar no meu trabalho enquanto profissional da ilustração.

Neste blogue tudo é diferente. Salvo algumas excepções que corroboram a regra, nas quais de facto os artigos foram comentados, não faço a mais pequena ideia se alguém lê aquilo que escrevo, ou se de algum modo aquilo que aqui coloco é interessante o suficiente para aqui voltar mais vezes. Dito de outro modo... não faço a mais pequena ideia se existe ou não vida dessa lado do ecrã. Tudo o que sei neste momento é que tenho aqui 390 seguidores, mas nem sequer sei se de facto são 390 seguidores, na verdadeira acepção da palavra.

Face a tudo isto, devo confessa que estou a pensar encerrar definitivamente este blogue. Mas antes de tomar essa decisão preciso de facto medir-lhe o pulso, perceber se ainda aqui existe vida que justifique o tempo imenso que esta meio de comunicação me consome.


Por isso peço encarecidamente, a quem estiver aí desse lado, que me dê algum sinal de vida, algum feedback sobre o que é realmente este blogue, a forma como o mesmo chega até vós, sugestões, críticas construtivas ou até mesmo destrutivas. Qualquer coisa serve, desde que me mostre que de facto, vale a pena continuar esta loucura que comecei há 12 anos.


Por isso vos pergunto... há alguém aí desse lado? Vale a pena continuar esta demanda?


Muito, muito obrigado.

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