sexta-feira, 27 de junho de 2014

Na barriga de um arco-íris





















Há algumas semanas atrás, a Natalina fez-me uma imensa e inspiradora surpresa. Sem eu saber, combinou com alguém muito especial uma visita ao seu local de trabalho, sabendo obviamente de antemão que eu iria ficar maluco com essa ideia. Esse alguém foi nada mais, nada menos, do que a artista plástica polaca, Mariola Ladowska. E visitar o seu atelier - localizado num edifício muito antigo, em Paço de Arcos, num lugar que cheira a Tejo e a luz - foi para os meus sentidos uma fonte de um prazer infinito, que me fez voltar à minha infância, e ao prazer inesquecível das primeiras descobertas, quando sentimos algo pela primeira vez.

Já sigo o trabalho de Mariola desde os anos 90, e foram muitos os momentos em que me deleitei frente a uma pintura dela. Adoro as suas cores inflamadas, a espontaneidade dos seus gestos, a multiplicidade de histórias e estórias que vivem em cada centímetro quadrado das suas telas. No seu universo pictórico ouvem-se ecos de Frida Kahlo, de pintura indígena, de arte rupestre, de psicadelismo e shamanismo, de arte infantil, da cultura árabe, dos motivos florais polacos e um sem número de outras referências que só podem ser descobertas por que quem VÊ as suas obras. Porque essa é a beleza da arte… Cada expressão artística - seja um livro, uma música, um quadro ou um filme - encerra em si o sonho e a visão do seu criador, e os sonhos e visões infinitos de quem o observa. Uma obra nunca encerra em si só uma uma obra, mas 1.000.000.0000 de obras.

E quanto à artista?

Bom... Porque quando se faz arte despimo-nos para o mundo e mostramos o arco íris que vive dentro de nós. É para mim impossível de dissociar o autor da sua obra, pressuposto o que me tem levado a grandes dissabores. Quando tal desilusão acontece, no final já não consigo retirar o mesmo prazer sensorial da sua obra. Mas no caso da Mariola, obra e autor fazem um todo harmonioso e indissociável. Mariola é uma simpatia de senhora, tem uma luz de criança no olhar, uma sensibilidade desconcertante e uma aura de doçura que a envolve. E no fim, alguns queijos, uma garrafa de vinho e o à vontade com que nos deixou percorrer cada recanto do seu aconchegante atelier sublinharam ainda mais a sua tremenda hospitalidade.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Ólháááááááá Sardiiiiiiiiiiiiiiiiinha!!!










 As Faianças artísticas Bordallo Pinheiro SA / Vista Alegre, a Câmara Municipal de Lisboa e a EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural decidiram unir esforços e prestar homenagem às sardinhas. Seleccionaram por isso cerca de 21 sardinhas de um espólio gigantesco que a EGEAC possui resultado de 11 anos do concurso Sardinhas Festas de Lisboa (que só este ano, atingiu as 8000 propostas). Para grande surpresa minha, 2 das minhas sardinhas, com que concorri ao referido concurso em 2012, foram seleccionadas para integrar essa colecção. Trata-se de Tenório Sardinha e Maria do Mar Sardinha Amparo, dois fadistas de culto com muita guelra, e com uma história de amor altamente inflamável que foi relatada aqui.
No passado dia 19 de Junho foi o lançamento oficial desta colecção, que ocorreu no Restaurante Zambeze, que tem uma vista sobre Lisboa e o Tejo de cortar a respiração. E nada mais apropriado do que fazê-lo com uma sardinhada ao ar livre.

É uma imensa honra poder integrar esta colecção com a chancela de uma das marcas portuguesas mais conceituadas e reconhecidas pelo imaginário popular.

Se quiserem saber mais pormenores, podem ir aqui. Estas sardinhas poderão ser adquiridas nos espaços comerciais da Bordallo Pinheiro (El Corte Ingles, Loja das Caldas, lojas Bordallo que possam vir a existir), em algumas lojas da Vista Alegre , em lojas no aeroporto, lojas vendem produtos da Bordallo Pinheiro, lojas da Associação de Turismo de Lisboa, lojas de algumas bombas de gasolina, hotéis, etc.


sexta-feira, 13 de junho de 2014

O Cuquedo volta a assustar na Feira do Livro




O Cuquedo, tal como "O tubarão na banheira", é um daqueles livros que sei que continuarei a assinar por muitos anos. Já assinei tantos que nem me atrevo a sequer fazer uma estimativa. Livros velhos, livros acabados de comprar, livros sem capa, livros rasgados e com nódoas de sopa, a acusar um uso compulsivo nos mais variados ambientes.

Vou contar-vos uma história que me aconteceu há uns dois anos atrás numa sessão de autógrafos na Feira do Livro de Lisboa:

Uma criança, talvez uns 6 ou 7 anos, com o Cuquedo apertado contra o seu pequeno peito, foi empurrada suavemente pelos pais na minha direção, para que eu lhe pudesse autografar o livro. Tenho a certeza que criança já tinha sido devidamente preparada para esse momento estranho aos seus olhos, o momento em que iria dar o seu livro a um estranho, para um estranho ritual.
Muito apreensiva, e com o medo estampado nos seus pequenos grandes olhos, ela lá me estendeu o seu tesouro, vencida mas não convencida.
O livro estava esfarrapado, estragado, cheio de nódoas, com uma ou outra página quase a saltar. Uma delícia de livro, portanto. Todos os livros deveriam ser assim, e não meras capas imaculadas e mortas para embelezar uma qualquer estante.
Pego na minha caneta, e com a minha mão esquerda dou início aquilo que normalmente se denomina um autógrafo, que no meu caso é quase sempre mais do que isso, pois gosto de fazer um pequeno desenho.

"Mãããããããããããaeeeeee.... Paaaaaaaaaaaiiiiiii.... ele está estragar-me o livro!!!!!", gritou ele.


Lindo. Palavras para quê? É que nem vou tentar...

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Alive and Kicking na Feira do Livro















Entre ilustrações ao vivo no stand da Princess Pea, que me dedicou esse dia ao meu trabalho desenvolvido no âmbito dessa marca -  e uma sessão de autógrafos na editora Booksmile, com Maria Inês de Almeida - autora dos livros "Sabes que também podes ralhar com os teus pais?" e "sabes onde é que os teus pais se conheceram?" - lá passei mais um dia intenso na Feira do Livro de Lisboa.

Não me canso de me deliciar com os olhos escancarados dos miúdos, quando vêem alguém a desenhar e a pintar ao vivo. Num mundo cada vez mais virtual, onde não se consegue perceber como é que as coisas aparecem feitas, esta partilha sincera e completamente transparente com os miúdos e os crescidos, sem rede nem tecla undo, é um momento absolutamente mágico para todos os envolvidos (nem imaginam as coisas maravilhosas que eu aprendo) mesmo sabendo que uma ilustração feita em 45 minutos nunca poderá ter a mesma profundidade técnica nem o mesmo impacto que uma ilustração feita em 48 horas... Perde-se na técnica, ganha-se na espontaneidade. 

segunda-feira, 9 de junho de 2014

A ilustrar ao vivo na Feira do Livro?



Estes dias da feira do Livro são sempre muito intensos, e ironicamente, nunca há muito tempo para ver... LIVROS. E a próxima terça-feira, 10 de Junho, promete ser um paradigma dessa loucura, já que irei estar o dia todo no stand da Princess Pea para, entre coisas, autografar os produtos ilustrados por mim que esta marca muito gira comercializa, e acima de tudo, para ilustrar ao vivo e a cores, sob encomenda. Se quiserem levar um original para casa da minha autoria, com o(a) vosso(a) filhote(a), primo(a), namorado(a), amante, concubino(a), gato(a), cão(dela) ou algum ministro ou deputado (para praticar tiro ao alvo ou vodu), falem comigo nesse dia... Sei que o preço será uma agradável surpresa.
As sessões demorarão não mais do que 45 minutos, e todos os originais serão feitos em técnica mista sobre placa de MDF, formato A3, devidamente assinados e carimbados. Significa por isso duas coisas: Trabalho frenético sem rede e um bombardeamento maciço de tintas e lápis em cima da mesa. Adoro.

Das 15:30 às 17:00 farei para um intervalo no Stand da editora Booksmile (pavilhões A33, A35 e A37) com a autora Maria Inês Almeida, para assinar os livros "Sabes que também podes ralhar com os teus pais?" e "Sabes onde é que os teus pais se conheceram?".

Apareçam... Será um enorme prazer estar convosco.

Com o Luís Sepúlveda na Feira do Livro


Foram dois dias loucos na Feira do Livro, com o Luís Sepúlveda na feira do Livro de Lisboa.
Trabalhar com o Sepúlveda é surreal para mim, não só porque é um autor cuja escrita admiro desde os meus longínquos tempos  de Clearasil, como também pelo seu percurso de vida, que dava um romance apaixonante. E por ser um autor muito acarinhado no nosso país, é garantido que no final das sessões de autógrafos, ficarei sempre com o meu corpo assimétrico... 1/4 de mim (o correspondente ao canto superior esquerdo, do meu ponto de vista) ficou mais inchado que o Rambo nos áureos anos 80, os restantes 3/4 mantém no banal percentil 50 de qualquer tuga banalmente médio. Chego mesmo a perguntar-me se pelo meio não assinei inadvertidamente alguns cheques em branco.

Para grande surpresa minha, partilhei o tempo e o espaço destas duas sessões de autógrafos com um outro gigante que admiro muito. Falo de Richard Zimler, autor de alguns dos livros mais apaixonantes que já li (se não leram o "Meia Noite ou o Princípio do Mundo" ou "O último Cabalista de Lisboa", do que é que estão à espera? ...são fabulosos!).




quarta-feira, 4 de junho de 2014

Com o Luís Sepúlveda na Feira do Livro


"As coisas mais importantes da vida são lentas"
por Paulo Galindro
Técnica Mista sobre painel de MDF de 35x50 cm
Maio de 2014


Nos próximos dias 7 e 8 de Junho, pelas 15:30, irei estar na Feira o Livro / Porto Editora, com o venerável Luís Sepúlveda, para uma sessão de tatuagem do livro "História de um caracol que descobriu a importância da lentidão", editado pela Porto Editora.
Aqueles que se dirigirem a uma destas sessões com um exemplar do livro poderão ter uma surpresa... a editora irá oferecer uma cópia da ilustração acima apresentada, especialmente concebida por mim para o efeito. Contudo, aqui não poderão ser lentos, porque esta é uma oferta limitada ao stock existente.

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