quarta-feira, 31 de março de 2010

Em Itália #3: Florença



























Talvez por temos chegado de carro a esta cidade, a primeira impressão que tivemos foi extremamente negativa. Um meio urbano caótico, barulhento, sujo e muito pouco amigável para os peões. Aliás, no capítulo da condução, por mais incrível que pareça, os italianos são muito mais agressivos e desrespeitadores do que os portugueses. Não exagero ao afirmar que mete mesmo muito medo atravessar numa passadeira onde não haja sinais luminosos, e Florença foi o exemplo máximo disso.
Capital da região da Toscânia e Berço do Renascimento italiano, o seu centro histórico, como não poderia deixar de ser, é deslumbrante. O seu traçado transparece a nobreza da sua história, e a monumentalidade dos templos o poder da igreja. E quando digo monumental, o melhor será dizer MONUMENTAL... A Basílica di Santa Maria Del Fiori é descomunal. Com 153 metros de comprimento, 38 metros de largura na nave central e 90 metros no transepto, o seus arcos atingem 23 metros de altura, e o cume da cúpula cerca de 90 metros. Os frescos da cúpula - que representam cenas do Juizo Final - foram iniciados por Giorgio Vasari e terminados por Federico Zuccari. É uma pintura com 3600 m2 e demorou cerca de 11 anos a ser finalizada. Tê-la visto tão de perto após subirmos 500 degraus foi inesquecível, e uma arrebatadora lição de humildade para quem faz uns meros rabiscos nas paredes.


Paulo Galindro

segunda-feira, 29 de março de 2010

Em Itália #2: Um sonho chamado Veneza



































"Em Veneza há três lugares mágicos e secretos: um, na Calle Dell'Amor Degli Amici, o segundo junto da ponte delle Maravegie, o terceiro na Calle Dei Marrani, perto de San Geremia, no velho gueto. Quando os venezianos se cansam das autoridades, dirigem-se a estes três lugares secretos e, abrindo as portas ao fundo desses pátios, partem para sempre para países fantásticos e outras histórias."
Hugo Pratt in "Corto Maltese - Fábula de Veneza"

Esta cidade é linda de morrer. Deixarmo-nos perder no labirinto sedutor das suas ruas, pontes e canais foi uma experiência mística, inspiradora e mágica. E nem vale a pena tentar dizer mais nada, pois como disse Corto Maltese no livro acima citado "(...) acontecem coisas inacreditáveis nesta cidade... o melhor é não tentar compreender. Podia descobrir que és feita da mesma substância dos sonhos.". E como sempre, ele mais do que ninguém, sabia destas coisas.

(continua)

Paulo Galindro

Em itália: 2 dias à bolonhesa







Chegámos hoje às 20.00 h.
Foi uma aventura e tanto, com um monte de peripécias e desventuras pelo meio, como qualquer viagem que se preze deve ter.
Em primeiro lugar, dois avisos aos mais incautos: Itália é um país caro, só não imaginávamos que fosse TÃO CARO. Itália é um país estupidamente, pecaminosamente e insuportavelmente caro. Tão caro que se amanhã porventura fossemos a um restaurante de gama alta em Lisboa, provavelmente sairíamos de lá com um imenso sorriso na cara de quem poupou uns trocos.
Em segundo lugar, se andarem de comboio em Itália ficam desde já a saber que existem 5 tipos diferentes de comboio para um mesmo destino. isto significa que se comprarem o bilhete para o comboio "normal" e apanharem inadvertidamente um comboio mais caro, vão ter alguns problemas para resolver. E mais não digo para não tirar a piada à vossa eventual aventura.

Quanto aos nossos destinos neste lindo país, apesar de não conseguirmos ver / visitar tudo aquilo que planeámos viemos de lá absolutamente rendidos a tanta beleza.

O nosso périplo começou em Bolonha, mais concretamente na Bologna's Children Book Fair, o grande mote desta viagem que teve como base a menção honrosa com que "O Cuquedo" foi agraciado no Prémio Nacional de Ilustração.

A Feira foi uma experiência inesquecível e também extenuante. A sua dimensão ultrapassou todos os meus sonhos mais delirantes, e os estímulos visuais foram tantos que saí de lá a desejar uma parede branca para poder repousar os olhos durante pelo menos 2 horas.
Quanto à cidade - que durante estes dias respira e transpira ilustração infantil por todos os seus poros (com uma galáxia de eventos a decorrer ao mesmo tempo) - digamos que foi um bom estágio para o que aí vinha nos dias seguintes.
Nota 10 para uma livraria inesquecível - a famosíssima livraria Gianinno Stoppani - Librerie per Ragazzi, especializada em livros infantis, onde tivemos a oportunidade de conhecer pessoalmente a Beatrice Alemagna numa sessão de autógrafos (aqui a Natalina bateu-me aos pontos pois ela teve o privilégio de conhecer a incontornável Kveta Pacovska... aiai!)

(continua)

Paulo Galindro
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