sábado, 2 de julho de 2011

O Rei Neptuno é uma cabeça de cebola!*



O trabalho tem apertado ao limite. Para falar a verdade, neste momento sinto até que já passou do limite, pois já não estou a dar conta do recado em tudo o que define neste momento a minha vida. Para manter o equilíbrio cada vez mais precário, dedico-me a injectar endorfinas e outras drogas da felicidade (dopamina, serotonina e cafeína incluídas) no meu corpo. Quando estou à beira do desespero com prazos de entrega - o que é actualmente o caso - vou até à praia com a família e encetamos uma guerra sem tréguas de água e areia,  corro como se a minha vida dependesse disso e faço surf. Surf é, para mim, a forma mais sublime de procrastinação. O problema é que ultimamente o Rei Neptuno está de férias, e em Carcavelos vêem-se menos ondas do que no fundo de uma sanita turca . E para piorar, os prazos que tenho em mãos não me permitem deslocar-me para outras praias.

Ou seja, todos os dias ajoelho-me em frente ao altar que tenho cá em casa feito com a minha longboard, e rezo para que venham umas onditas que me permitam cheirar novamente o aroma do wax fresco logo pela manhã. Nos momentos de maior necessidade, aproveito para chamar nomes à mãe do Neptuno, e até já fiz uns gestos obscenos com o dedo médio ao seu análogo, o deus grego Poseidon, mas nada. No pasa nada. Ninguém de irrita lá em cima. Começo a achar que a moda do Yoga e da meditação transcendental chegou aos céus.

Por isso, para matar saudades, coloco aqui um trailer do filme Billabong Odissey, que é absolutamente impressionante, e por fim, um vídeo de uma onda que apanhei na praia do Barreiro, num momento raro em que 2 barcos da Soflusa, 3 semi-rígidos dos fuzileiros, 1 barco de pesca, 3 pranchas de windsurf, culminaram num só momento mesmo em frente à praia, e juntos produziram uma onda um pouco maior que o habitual. Foi uma tarefa difícil, mas acho que estive à altura do momento.



PS: Sei que parece impossível, mas é mentiiiiiiira... Não sou eu! Trata-se de uma sequência retirada do filme atrás referido, onde Mike Parsons surfa uma onda com quase 20 metros, apesar de mais tarde ele ter batido o recorde com uma onda com quase 24 metros. Aqui está uma entrevista com o rapazito sobre esse momento de alguma adrenalina:




(*) O meu filho Miguel que me ajudou a encontrar uns nomes fixes para chamar ao Neptuno, a ver se ele se irrita um pouco.

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