Retratómatos from Paulo Galindro on Vimeo.
No passado dia 9 de Outubro (eu sei... eu sei... já foi há um mês e meio, e eu só agora estou a falar disto, mas os dias são teimosos, não arredam pé das limitadas 24 horas), foi o Dia D na Gulbenkian. Espetáculos, instalações, oficinas e concertos para todas as idades, houve de tudo um pouco no período das 10h30 às 18h00.
Tive o privilégio de integrar as atividades desse dia, fazendo parte da equipa dos Retratómatos. Perguntarão vocês que diacho é um retratómato...
(vá... perguntem lá... eu espero... sei que estão cheios de vontade)
Pois bem... um retratómato é uma máquina muito especial, e que por isso mesmo faz retratos muito especiais. Uma série de caixas de cartão (brilhantemente concebidas pelo meu grande amigo e designer de equipamento, Marc Parchow...tcharan!) escondem em cada uma delas um ilustrador, que nesse retiro espiritual tem como função desenhar retratos. Se essa tarefa já parece difícil (pelo menos para mim que não sou retratista), imaginem vocês que os retratos são executados tendo como base única e exclusivamente a descrição feita pelo retratado que em, frente a um espelho, vai-se descrevendo de forma tão rigorosa quanto os seus olhos (e a sua imaginação, porque olhar é também imaginar) o permitirem. Cabe ao ilustrador, que não tem qualquer contacto visual com o retratado, orientar e descodificar as descrições que vão sendo debitadas, traduzindo a imagem que se vai formando na sua cabeça num papel, utilizando os materiais à sua escolha. No fundo, todos desenhámos... o retratado com os olhos e a boca, eu com a minha mão esquerda. O sucesso depende por isso mesmo 2 pessoas. Alguma vezes aproximei-me da realidade, outras fiquei tão longe que cheguei a duvidar se não deveria estar a vender bolas de Berlim na praia.
Foi uma experiência única e muito mais extenuante do que poderia imaginar quando me convidaram para fazer parte deste evento.
Todos os retratos que sairam das minhas mãos foram executados em charcoal sobre papel de aguarela.
Eu e a minha mania de estar sempre a ir para fora de pé!
Last October 9th (I know ... I know ... it's been a month and a half now, and I'm just talking about it now, but the days are stubborn, they don't have more than 24 hours), it was The D-Day in Calouste Gulbenkian. Shows, installations, workshops and concerts for all ages, there was a bit of everything from 10:30 a.m. to 6:00 p.m.
I had the privilege of integrating the activities of that day, being part of the Retratómatos team. You'll be asked what the hell is a Retratómato...
(Go ... ask ... I'll wait for you... I know you want to know)
Well ... a Retratómato is a very special machine, and that's why it makes very special portraits. A series of cardboard boxes (brilliantly designed by my great friend and equipment designer, Marc Parchow ... tcharan!) that hide in each of them an illustrator who, in this kind of spiritual retreat, has the function of drawing portraits. If this task already seems difficult (at least for me, I am not a portraitist), imagine that the portraits are executed on the sole and exclusive basis of the description made by the person portrayed in front of a mirror. Rigorous as his eyes (and his imagination, because to look is also to imagine) allow it. It is up to the illustrator, who has no visual contact with the picture, to orient and decode the descriptions made, translating the image that is forming in his head on a paper, using the materials of his choice. In a matter of fact, we all drew ... the one with the eyes and the mouth, me with my left hand. Success, therefore, depends on 2 persons. Sometimes I got close to the reality, other times I got so far away that I doubted if I should be selling Berlin balls on the beach.
It was a unique experience and much more strenuous than I could have imagined when I was invited to take part in this event.
All the portraits that left my hands were executed in charcoal on watercolor paper.