domingo, 31 de julho de 2011

Santa Cruz Air Race




















No entanto, o dia não foi totalmente perdido. Deu para tirar uma fotos a algumas destas gloriosas máquinas voadoras.

Um sonho adiado por uns dias








É... há dias assim. hoje às 9 da manhã estava no aeródromo de Torres Vedras cheio de pica para dar umas boas cambalhotas num céu azul ciano a bordo de um avião neurótico pilotado por um piloto tresloucado, mas nem o céu estava azul, nem o avião chegou a ser neurótico (nem teve a oportunidade de o ser, pois não saiu do chão), e o piloto transparecia a calma de um monge budista. Tudo começou com um "pequeno"problema de motor (com se, no caso de um avião, o tamanho de um problema contasse para alguma coisa! Pequeno ou grande ficamos sempre acagaçados)  que foi atrasando o nosso voo. O problema foi resolvido mas a cereja no topo do bolo foi mesmo uma camada de nuvens teimosas apenas a 400 metros de altitude que tornaram um voo acrobático perigoso por falta de referências visuais. Quem quisesse voar poderia fazê-lo mas seria apenas um voo normal, sem cambalhotas, loops, quedas livres, forças g ou risos sádicos do piloto. Houve quem optasse por aceitar esta normalidade. Houve quem não optasse dando primazia à tão desejada embriaguez provocada por doses maciças de adrenalina. Eu fui um destes últimos: preferi adiar o voo por mais uns dias.
Quanto ao avião, é esta coisinha amarela linda e pequena que aparece nas fotografias. Mas não se iludam, é mais nervoso que um touro mexicano alimentado a chilli com 23 latas atadas ao rabo a perseguir uma linda e sexy vaca escocesa, tudo isto dentro de uma loja da Vista Alegre.

Ui! Mal posso esperar para montar este descapotável.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sonhos: Voar II

Fatboy Slim - Sunset (Bird of Prey) por CachanGhetto







Por vezes vemos um sonho ser cumprido sem estarmos à espera, e sem termos feito grande coisa para isso. Foi o que aconteceu ontem, quando recebi um telefonema da TMN a informar-me de sou um dos premiados no concurso que envolve o evento Santa Cruz Air Race. Concorri há umas semanas atrás com uma frase que, acreditem, já nem me lembro com rigor, e agora só tenho de usufruir o prémio que é... um voo acrobático ultra-radical. Vai ser já no próximo sábado, logo pelas 9.30 h, no aeródromo de Torres Vedras.
Quem me conhece bem, sabe que que durante muitos anos acreditei que o céu era o meu destino. Cheguei mesmo a acalentar o sonho de ser piloto da Força Aérea Portuguesa e ainda agora tremo que nem bambú verde quando vejo qualquer notícia sobre a aventura espacial do ser humano. Sei que um dia ainda vou ver um nascer do sol a partir da órbita do nosso planeta.
Voar que nem um maluco, num avião especialmente concebido para isso, é um velho sonho de criança que agora vou ver cumprido. Já experimentei a força da gravidade, agora chegou a hora de experimentar as forças G.

Paulo "Iceman" Galindro...mmm...soa bem!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Natalina II


Este era um post que estava guardado para o dia em que o nosso casamento fará 13 anos, no próximo dia 29 de Agosto. No entanto, cada vez mais sou apologista de que não devemos procrastinar naquilo que é essencial e por isso mesmo invisível aos olhos (obrigado Principezinho e Saint-Exupéry, pela repentina fonte de inspiração). Podemos simplesmente nunca mais ter a oportunidade de o fazer.

Fiz esta banda desenhada para oferecer à minha namorada há 22 anos, quando tinha a bela idade de 19 e a cabeça ainda coroada com uma bela cabeleira digna de um autor de telenovelas venezuelano.
Na altura estava a prestar provas para piloto da Força Aérea, e ainda não sabia o que o futuro me reservaria:
Não sabia ainda que a única coisa que os aviões e o meu destino tinham em comum seria o facto de um dia vir a andar sempre com a cabeça nas nuvens;
Não sabia ainda que viria a ser arquitecto;
Não sabia ainda que viria a ser ilustrador (apesar de secretamente sonhar com isso desde os 6 anos), e a arquitectura passaria para 2º plano;
Não sabia nem sequer podia conceber que um dia viria a ser careca;
Não sabia ainda que a namorada para quem esta banda desenhada foi criada viria a ser a minha mulher e mãe dos meus filhos.
Não sabia ainda 1.000.000.000 de pequenos nadas que por isso mesmo são tão importantes.

É, de facto não sabia nada de nada mas pressentia (intuição masculina?) que esta mulher era especial e que de alguma forma o meu destino passaria por ela. E por isso, dediquei-lhe algo que sempre gostei de fazer... um desenho, ao qual pomposamente gosto de chamar Banda Desenhada (peço desde já perdão aos verdadeiros autor desta nobre arte de contar uma histórias). Nestas 4 pranchas despejei tudo aquilo que sentia por esta mulher, de uma forma ingénua, naíf e ainda muito limitada pela minha idade e pouca experiência em desenho e no entendimento do sexo oposto (confesso que aos 41 anos continuo a ter um défice nestas duas áreas). Não obstante estas limitações, mesmo agora que sou ilustrador profissional, este é um dos meus trabalhos mais poderosos e sinceros.

Há poucos dias, enquanto procurava uma fotografia, encontrei por acaso os originais desta banda desenhada, e emocionei-me porque viajei no tempo ao interior do meu coração ainda adolescente, quando nada sabia mas tudo pressentia quando estava frente-a-frente com alguém que brilhava mais do que todas as outras raparigas com quem me relacionei.
A vida e a vidinha, a espuma dos dias, os problemas e os obstáculos levam-nos indubitavelmente ao esquecimento daquilo que é essencial e invisível aos olhos. Construir um casamento, uma relação ao longo dos anos, natal após natal, é um desafio constante. Duas galáxias que umas vezes colidem de forma épica, outras se harmonizam na perfeição, numa valsa que, no nosso caso, deu origem a duas pequenas estrelas. Nada é fácil nesta dança, muitos desistem pelo caminho, e muitas foram os momentos de fraqueza em que nós mesmos pensámos em desistir. O prémio é único e tentador... a construção, piso-a-piso, de um edifício que por ser tão alto, pode  chegar à lua. Mas, por vezes, temos de descer às fundações deste edifício, vislumbrar-lhe os pilares, reforçar onde é preciso, reconstruir parte da estrutura se necessário, para que lá em cima, junto ao céu, não abane tanto.

Hoje, ao ler estas 4 pranchas feitas por um rapaz onde ainda cabiam todos os sonhos do mundo, visitei as fundações do nosso arranha-céus, e apercebi-me que, apesar de tudo, elas estão fortes e para durar. Não sei se será a peso religioso e assustador do "Amar-te-ei até que a morte nos separe", e sinceramente nem quero saber. Por mim, prefiro muito mais a leveza e a transparência da poesia de Vinicius de Moraes:

"(...) Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure".

Hoje, 22 anos depois, reitero tudo o que aquilo que escrevi e desenhei nestas folhas já amarelecidas pelo tempo. Voltaria a fazer tudo outra vez. Muitas vezes. Contigo.



Amo-te


PS: Espero que não leves a mal nem te sintas constrangida pela transparência desconcertante deste post. Às vezes sabe bem subirmos a uma montanha e gritar bem alto.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Boa Calvin!


Faço minhas as palavras deste puto cheio de personalidade. Nem 8 nem 80... prefiro o 8.000.000.000.

domingo, 17 de julho de 2011

Natalina




Como estás irresistivelmente linda nas duas fotografias, fiz aquilo que se espera de um indeciso compulsivo como eu... escolhi as duas.


Parabéns, minha querida, pelo teu aniversário.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Campeão de apneia



Miguel Cóias Galindro, 4 anos, campeão mundial de mergulho em apneia - 11,50 cm de profundidade - em ambiente de banheira acrílica. Em declarações ao Jornal "Bathtub Today", ele prometeu que não vai ficar por aqui, e que durante as próximas semanas irá tentar superar-se, chegando à impressionante marca de.... 12,30 cm. A ver vamos.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

41





Pois é, acabei de chegar aos 41 anos. E sou capaz de jurar que ainda ontem tinha feito 40.
Mas sabem o que interessa verdeiramente... como dizia Simon & Garfunkel,


"Still crazy after all this years"











terça-feira, 5 de julho de 2011

O lado cool da apicultura

"O lado cool da apicultura" 
Técnica mista sobre MDF
23 x 32 cm




Mais uma ilustração para a capa do destacável "Rebentos" que integra a publicação bimestral"Folha Viva", uma revista de ambiente do Centro de Educação Ambiental da Mata Nacional da Machada e Sapal do Rio de Coina, produzida pela Divisão de Sustentabilidade Ambiental da Câmara Municipal do Barreiro. O tema desta ilustração foi deixado à minha consideração, dentro do leque de possibilidades oferecido pelas actividades agendadas para a Mata da Machada, pelo Centro de Educação Ambiental. O tema escolhido por mim como mote foi o Workshop de Apicultura, e o lado mais cool e hip desta actividade.

sábado, 2 de julho de 2011

O Rei Neptuno é uma cabeça de cebola!*



O trabalho tem apertado ao limite. Para falar a verdade, neste momento sinto até que já passou do limite, pois já não estou a dar conta do recado em tudo o que define neste momento a minha vida. Para manter o equilíbrio cada vez mais precário, dedico-me a injectar endorfinas e outras drogas da felicidade (dopamina, serotonina e cafeína incluídas) no meu corpo. Quando estou à beira do desespero com prazos de entrega - o que é actualmente o caso - vou até à praia com a família e encetamos uma guerra sem tréguas de água e areia,  corro como se a minha vida dependesse disso e faço surf. Surf é, para mim, a forma mais sublime de procrastinação. O problema é que ultimamente o Rei Neptuno está de férias, e em Carcavelos vêem-se menos ondas do que no fundo de uma sanita turca . E para piorar, os prazos que tenho em mãos não me permitem deslocar-me para outras praias.

Ou seja, todos os dias ajoelho-me em frente ao altar que tenho cá em casa feito com a minha longboard, e rezo para que venham umas onditas que me permitam cheirar novamente o aroma do wax fresco logo pela manhã. Nos momentos de maior necessidade, aproveito para chamar nomes à mãe do Neptuno, e até já fiz uns gestos obscenos com o dedo médio ao seu análogo, o deus grego Poseidon, mas nada. No pasa nada. Ninguém de irrita lá em cima. Começo a achar que a moda do Yoga e da meditação transcendental chegou aos céus.

Por isso, para matar saudades, coloco aqui um trailer do filme Billabong Odissey, que é absolutamente impressionante, e por fim, um vídeo de uma onda que apanhei na praia do Barreiro, num momento raro em que 2 barcos da Soflusa, 3 semi-rígidos dos fuzileiros, 1 barco de pesca, 3 pranchas de windsurf, culminaram num só momento mesmo em frente à praia, e juntos produziram uma onda um pouco maior que o habitual. Foi uma tarefa difícil, mas acho que estive à altura do momento.



PS: Sei que parece impossível, mas é mentiiiiiiira... Não sou eu! Trata-se de uma sequência retirada do filme atrás referido, onde Mike Parsons surfa uma onda com quase 20 metros, apesar de mais tarde ele ter batido o recorde com uma onda com quase 24 metros. Aqui está uma entrevista com o rapazito sobre esse momento de alguma adrenalina:




(*) O meu filho Miguel que me ajudou a encontrar uns nomes fixes para chamar ao Neptuno, a ver se ele se irrita um pouco.
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