quarta-feira, 29 de maio de 2013

Waiting for the DEAD that CAN DANCE





Don't fade away

My brown-eyed girl

Come walk with me
I'll fill your heart with joy
And we'll dance through our isolation
Seeking solace in the wisdom we bestow
Turning thoughts to the here and everafter
Consuming fears in our fiery halos

Say what you mean
Mean what you say
I've heard that innocence
Has led us all astray

But don't let them make you and break you
The world is filled with their broken empty
Dreams
Silence is their only virtue
Locked away inside their silent screams

But for now
Let us dance away
This starry night
Filled with the glow of fiery stars
And with the dawn
Our sun will rise
Bringing a symphony of bird cries

Don't bring me down now
Let me stay here for awhile
You know life's too short
Let me bathe here in your smile
I'm transcending
The fall from the garden

Goodnight




Ontem cumpri um velho sonho com 27 anos.

Chamar velho a um sonho é apenas uma figura de retórica para sublinhar o tempo que estive à espera para ver um concerto dos Dead Can Dance (DcD). Na verdade, não há sonhos velhos... há sim sonhos por cumprir. E enquanto tivermos uma dessas pequenas centelhas a pulsar dentro de nós, essa semente conterá em si mesma o segredo da eterna juventude.

Sim, é verdade, desde os meus 16 anos que adoro DcD, e muito especialmente a forma como ele uniram mundos tão distintos como a música erudita, os tons negros do gótico, os drones do darkwave, a luz da pop, o tribalismo da world music, as paisagens contemplativas e cinemáticas dos cantares hungaros, a filigrana folk, os sons medievais e sei lá mais o quê de referências.
A música do DcD faz parte integrante da banda sonora da minha vida. Tranporta-me para outros lugares... recantos mágicos, misteriosos, escondidos da poeira do tempo e da espuma dos dias. É música com cheiro a incenso e especiarias, com o toque da seda dos véus persas,

e com uma paleta cromática que oscila entre o Luto e a Luz.

E não será assim a vida?

O concerto, como não poderia deixar de ser, foi memorável. Sobre um cenário austero, destituído da artificialidade de efeitos especiais gratuitos, ou de efeitos de luz que só servem para nos desviar a atenção do essencial - a música - Lisa Gerrard teve a presença diáfana e hipnotizante de uma deusa grega, com uma voz que arrancou lágrimas até ao mais empedernido dos corações. Brendan Perry, por seu lado, fez as despesas da expressividade corporal e interacção com o público, e mostrou ter, sem grandes surpresas da minha parte, uma das mais belas vozes masculinas que já moraram nos meus ouvidos. Yin e o Yang... são assim os DcD.

Quanto aos temas, oscilaram entre o último álbum "Anastasis" e os álbuns que lançaram sobre a égide da editora de culto 4 AD. Dos muitos momentos altos, destaco o divinal "Sanvean: I'm Your Shadow", que é qualquer coisa do outro mundo,  "Cantara", épico até dizer chega, e uma versão absolutamente divinal do tema "Song To The Siren", que me fez tremer pelas bases (este tema, da autoria de Tim Buckley, foi mais tarde tornada famosa pelo This Mortal Coil).

Única nota negativa... não tocaram o tema "Don't fade away" E é por ser uma das muitas músicas que faz ressoar a minha alma, que a apresento aqui.

Apaguem as luzes, acendam uma vela, fechem os olhos, encaracolem os dedos dos pés

e deliciem-se!

PS: Podem ver a reportagem da revista Blitz aqui

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