O coração.
Simplesmente um músculo, um "motor", dizem-nos os médicos... e ainda por cima ecológico, pois move-se a energia eléctrica.
O centro das emoções, dizem-nos os românticos, os "
pirosos" e os sofredores por amor.
A localização física do 4º
Chacra ou
Anahata, cuja energia é emocional e representa a nossa capacidade de entrega, dizem-nos os místicos e os Homens-sábios.
No
Egipto antigo, representava o órgão da consciência, e o seu peso comparado com o peso de uma pena - no momento do julgamento após a morte - media a real dimensão dos actos, bons ou maus, cometidos em vida.
Para a cultura indiana, o coração era a sede do absoluto. Para os católicos, em chamas, representa o amor divino.
Mas afinal, que é o coração?
Tem a dimensão de um punho, não do meu punho que tenho as mãos pequenas, e o meu coração é grande... eu sei disso, e ponto final! Bate cerca de 100.000 vezes por dia, e numa criança de um ano já bateu 30 milhões de vezes.
Ás vezes, porém, estas dimensões varia bruscamente. Pode ficar tão pequeno como a mais pequena das nozes, ou, em caso mesmos graves, uma simples e humilde azeitona. Nesse momento, o seu ritmo é quase inaudível, imperceptível,
ninguém dará por ele. O infeliz que sofre do "
Síndrome do Coração-pequeno" mirra, seca, torna-se numa armadura emocional, fecha-se num mundo só seu e aos outros. Pior, fecha-se a ele mesmo. Torna-se como que um buraco negro, que tudo atrai à sua volta e nada dá em troca.
Outras vezes o coração fica muito grande... tão grande! Como se tivesse sido insuflado por todos os ventos do mundo, provenientes de todos os pontos cardeais. Nessa alturas, deixa de estar contido dentro do seu embrulho natural, a caixa torácica, e expande-se, passando a conter o seu felizardo portador. Como um balão iluminado por dentro, o felizardo torna-se um Sol no centro do universo, uma estrela
pulsante que tudo oferece sem pedir nada em troca. Com as emoções ao rubro, o abençoado paciente do "
Síndrome do Coração-infinito" torna-se numa antena que sente cada emoção irradiada pelos seres que o rodeiam. Chora por um tudo-nada como se fosse um
bebé, ri-se como um tolo, e o seu compasso cardíaco fica tão acelerado que o ouvido humano apenas consegue ouvir um longo som contínuo.
Pelo meio destes dois estado
limites, ficam os estado intermédios, umas vezes normal, outras vezes assim-assim, outras tantas mais ou menos, outras nem por isso.
O coração tem também uma aplicação muito prática, a de barómetro de emoções. Para sabermos a nobreza de um sentimento que nos leve às lágrimas basta perceber se o aperto que se sente se localiza no coração ou na zona do pescoço. Apenas no primeiro caso se poderá afirmar sem qualquer sombra de dúvida que os sentimentos
provêem directamente da alma e não do ego. Simples não é?
Por fim,
quais são os cuidados a ter com o nosso coração. Na verdade não são precisos muitos, atendendo à sua importante função de nos manter vivos, e acima de tudo, de nos manter VIVOS.
Basta regá-lo todos os dias com
quantidades infinitas de AMOR (de que falarei um dia neste
blogue). Não existe qualquer perigo de
sobredosagem. Não existe qualquer limite, mesmo depois de se notarem claras melhoras, e por fim, não existem quaisquer efeitos secundários.
Para informações complementares, e favor fechar-se num
quarto à média-luz, colocar uma música que adore, e, sentado confortavelmente, ouvir o que o seu coração lhe está a dizer.
Por Paulo Galindro