sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Tardes Incandescentes #2




One day while bathing in the sea
My talking dolphin spoke to me
He spoke to me in symphony
From freedom's peace beneath the sea
He looked to me eyes full of love
Said yes we live behind the sun


Behind the sun
Behind the sun
Behind the sun

The sun goes up
And the sun gets down
But like the heart of the sun
My heart continues to pound
Behind the sun
Now while I shower in the rain
I watch my dolphin swim away
The one who listens to the surf
Can feel the pulse beat of the earth
And like my dolphin swims so free
The sun does swim into the sea


Behind the sun
Behind the sun
Behind the sun
Behind the sun

An island flying through the sky
One day your son might ask you why
And if your son should be a girl
She too might ask you of this world
The sun shines sweet upon your beach
And yes my dolphin loves to teach


Behind the sun
Behind the sun
Behind the sun
The sun goes up


And the sun gets down
But like the heart of the sun
My heart continues to pound
Behind the sun

Red Hot Chili Peppers "Behind The Sun"


Estou no barco, que dentro de instantes vai fazer a travessia do rio
Do meu lado esquerdo, uma janela suja, sarapintada de Tejo e de pó.
No canto superior direito, uma película protectora descola-se desta tela de vidro. Pergunto-me se não será algo intencional, um acto de aparente vandalismo executado por alguém que me quis mostrar que por detrás de uma janela há sempre duas realidades - a que queremos ver e a real. E que nunca são iguais.
Do lado de fora, um ponto vermelho-sol acelera a sua descida rumo á linha do horizonte. A sua imensa luz de fim-de-tarde atravessa todas as camadas de imperfeições da tela de vidro, e atinge-me em cheio os olhos e tudo o que está por detrás deles. E suja-me a pele e a roupa de nuances de laranja.
Tento reter este momento efémero... eternizá-lo no molde de uma fotografia. É claro que vou falhar, mas nestas coisas o que conta é sempre a intenção.

Poder-se-ía pensar que tantos filtros atenuariam a beleza deste instante. Mas não. Longe disso.
O Sol ganha uma nobreza maior, um carácter irreal de uma imagem que jamais se repetirá, exactamente igual a esta.
No final, fica a dimensão humana de uma pintura impressionista criada por um artista visionário, com uma orelha apenas.

Se calhar, é isto mesmo que define a Beleza das Coisas Absolutas... a capacidade de se tornarem ainda mais belas quando atravessam a dura e espessa camada de Sujidade que, por vezes, cobre o Mundo.
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